Calor volta, mas probabilidade de chuva ainda é baixa

Ar frio e seco que chegou à região no final de semana baixou as temperaturas mínimas. Apesar disso, desde ontem começou a perder força

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Soja de ciclo mais longo e plantada tardiamente poderá ter grãos de menor peso, o que prejudicará o rendimentoSoja de ciclo mais longo e plantada tardiamente poderá ter grãos de menor peso, o que prejudicará o rendimento
Soja de ciclo mais longo e plantada tardiamente poderá ter grãos de menor peso, o que prejudicará o rendimento
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O mês de março tem registrado chuvas abaixo da média esperada. Até o momento, apenas 10mm de chuva foram registrados pela Estação Meteorológica da Embrapa Trigo/Inmet. O tempo seco é bom para os agricultores que estão com a soja no ponto de colheita, no entanto não é favorável para aqueles que plantaram a oleaginosa mais tardiamente e variedades com ciclos mais longos. Mesmo assim, até o momento não foram registrados problemas em função do menor volume de precipitações.

Conforme o observador meteorológico Ivegndonei Sampaio entre a quarta e a quinta-feira uma pequena área de instabilidade pode entrar na região com algumas nuvens ocasionando chuva fraca. No entanto, pelo menos até a próxima segunda-feira não deve ocorrer chuva em quantidade significativa e bem distribuída. A média esperada para o mês é de 135mm, no entanto choveu apenas 10mm. A última precipitação registrada na estação meteorológica ocorreu no dia 05 de março, há quase 20 dias. “Para a colheita colabora muito. Estamos com reservatórios bem acima da média e até agora não tivemos problemas”, destaca.

O ar frio e seco que chegou à região no final de semana baixou as temperaturas mínimas. Na madrugada de segunda-feira a temperatura chegou a 13ºC. Ainda ontem as temperaturas voltaram a se elevar e nos próximos dias as mínimas já devem ficar entre 16ºC e 18ºC e as máximas entre 28ºC e 30ºC. Há um indicativo de um novo declínio na temperatura no final de semana, porém sem chuva.

Soja tardia
O agrônomo da Emater Municipal de Passo Fundo Adriano Nunes de Almeida explica que a falta de chuva irá causar alguns prejuízos nas áreas de soja que foram cultivadas com cultivares de ciclo maior e que foram implantadas mais tardiamente. Apesar de não se ter um dado exato, estima-se que entre 25% e 30% da área cultivada possa estar nessa situação. Ele explica que embora a formação das vagens e dos grãos tenha ocorrido, houve um déficit hídrico no momento de enchimento dos grãos. Isso poderá acarretar grãos com baixo peso, que é um dos componentes importantes do rendimento. Outra situação verificada nas lavouras neste momento é a ocorrência da ferrugem asiática. As altas temperaturas e a ausência de chuvas capazes de lavar os esporos do fungo causador da doença favorecem a ocorrência.

Outra influência negativa da falta de chuva neste período terá consequências em um futuro próximo na produção de leite. Neste período, as pastagens de verão estão em fase final de ciclo e seria o período de se iniciar o plantio do pasto de inverno. No entanto, os produtores de leite estão cautelosos. Em função do alto preço das sementes para pastagens e a falta de chuva, a preocupação é com a possibilidade de colocar a semente na terra e perde-la devido a falta de umidade para a germinação e desenvolvimento. Isso poderá gerar um atraso na produção de pasto no período que é considerado de melhor potencial de produtividade.

 

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