Em meio às negociações entre os servidores e a prefeitura, as paralisações que vem sendo feitas, e devem seguir hoje, estão atingindo alguns grupos da população, especialmente estudantes. Conforme o Centro Municipal de Professores (CMP), nesta segunda-feira (23) pelo menos 40 escolas fizeram uma paralisação parcial, que significa dizer que, em cada um dos turnos, receberam os alunos até um determinado horário e depois os dispensaram. Além destas, ainda segundo o CMP, outras 12 escolas paralisaram totalmente as atividades ontem, sendo que a maioria é de escolas de educação infantil.
Com assembleia marcada para a tarde de hoje, a estratégia de paralisação nas escolas segue hoje. A orientação do Centro é que os pais não encaminhem os alunos às escolas e que tentem entender a situação do magistério municipal. Além disso, o CMP ressalta que o corpo docente das escolas orientou os pais sobre a paralisação e que os poucos alunos que foram até os educandários nesta segunda-feira foram atendidos dentro do propósito de paralisação parcial.
De outro lado, a Procuradoria Geral do Município orienta o contrário, de que os pais devem levar os alunos até as escolas. “A orientação é para que os pais levem os alunos. Vamos procurar manter as escolas abertas e, se for o caso, iremos fazer remanejo de professores, mas a orientação é que levem. Esperamos que a categoria seja sensível e mantenha as escolas abertas”, afirma o procurador-geral do município, Adolfo Freitas.
Com relação à abertura das escolas em tempo parcial, Freitas afirma que a caracterização ou não de dia letivo terá que passar por uma análise. “Teremos que fazer uma análise, porque isso ainda não ocorreu. Estamos esperando para ver que horário que eles tratam como parada ou não e se os alunos terão ou não aulas, mas vamos analisar depois”, salienta o procurador. Ele afirma ainda que o controle de presenças será feito como é sempre realizado, independente de paralisação ou não.
Aguardando a assembleia
Os servidores municipais, que novamente lotaram o plenário da Câmara de Vereadores ontem, têm assembleia geral marcada para acontecer hoje à tarde, com primeira chamada às 15h30 e segunda chamada às 16h. Nesta ocasião, a categoria vai analisar a última proposta apresentada pelo município, de reajuste de 7,7% integralmente a partir da folha de pagamento do mês de março.
Segundo Freitas, o município está esperando a realização da assembleia. “A posição de estado de greve é do sindicato, ainda não é da categoria. Reiteramos o nosso pedido para que a assembleia analise com realismo, com a verdade, a proposta do município e a aprove. Se não for aprovado, aí vamos tomar outras medidas. Respeitamos a posição da assembleia mas já explicamos publicamente, mais de uma vez, que o município tem um limite legal e não vai admitir uma nova proposta, num valor mais alto”, ressalta.
Até hoje, a folha de pagamento vem sendo mantida em aberto. Se a decisão for de aprovação da proposta, os novos valores ainda podem ser pagos no mês de abril, referente à folha de pagamento de março. “Este é o último prazo, senão não conseguimos pagar dentro do mês”, afirma Freitas.
Sindiurb
Outra categoria que tem assembleia hoje é a de motoristas e cobradores das empresas Coleurb e Transpasso. Às 6h eles deliberam sobre a proposta debatida na tarde de ontem entre as direções das empresas e Sindiurb no Ministério Público do Trabalho, em Porto Alegre. Se rejeitada pelos trabalhadores, eles entram imediatamente em greve, uma vez que as empresas já foram notificadas e o prazo mínimo legal para a paralisação das atividades já foi cumprido. Mesmo que aceitem a proposta, a previsão é que as primeiras linhas de ônibus somente comecem a circular a partir das 8h, quando a assembleia deve se encerrar.