OPINIÃO

Coluna Celestino Meneghini

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Maldita fome de ouro
A par da angústia brasileira para encontrar ponto de equilíbrio em relação à gestão dos recursos públicos, surge um contexto de indagações essenciais sobre o nascedouro dos atos de corrupção. As leis, por si só, nunca serão suficientes para tolher a obstinação dos corruptos. Leis de licitações rígidas são burladas pela astúcia da avidez do lucro. A citação verberada por observadores estóicos da antiguidade continua atormentando a crença de nosso cotidiano: “Quid non, mortalia pectora cogis, auri sacra fames” – “o quanto não constranges a alma humana, ó maldita fome do ouro!” A tradução da palavra sacra (que deveria ser “sagrada”), cumpre função retórica para destacar a profunda ironia no sentido da frase.

Estado e partido
O estado e o direito não podem servir a determinado partido. A leviandade governista, por conta da falta de autocrítica, leva contaminação à máquina estatal. Os agentes públicos, ao transigiram na ordem legal e ética, constroem feudos e desconstroem a cidadania. A República governada por determinada facção política, em hipótese alguma pode declinar da impessoalidade e demais pressupostos. As tais vantagens ou favoritismo, que fogem às políticas legítimas de gestão, mesmo que pareçam menores ou insignificantes (como uma carona indevida num avião do governo) são sementes de um criatório que produz paquidermes de corrupção, como o roubo do dinheiro da Petrobras. E a imparcialidade não está nas aparências, praticadas por atos de funcionários oficiais acobertados ou facilitados por agentes políticos nomeados. A instalação de falsos atos, que parecem legais, sempre é fruto de formação de quadrilha. Por isso é urgente a existência de nova estrutura partidária que exerça com efetividade o poder político com honestidade ao administrar o dinheiro público. Então, seria inverter papéis? Mesmo que não seja tanto, considerando que precisamos confiar em quem exerce o poder, é isso mesmo. É isso mesmo, sem concessões, desde o ministro, deputado, parentes ou sócios de quem ocupa o poder. A partir dos partidos temos que retomar a credibilidade, com o afastamento definitivo da má ingerência dos gestores infiéis à democracia. Talvez seja hora de se reduzir o poder individual de alguns agentes públicos atribuindo a seus atos um crivo colegiado.

Retoques:
* Antes que corruptos e corruptores arrecadassem o dinheiro do povo, deveríamos ver ação dos futuros delatores ou empresários da leniência. Já pensou? Quanta coisa terrível poderia ser evitada e quanto dinheiro poupado para os cofres públicos? Essa é a função da fiscalização!

* Nenhuma reclamação sobre o preço do Rolls-Royce a ser vendido no Brasil a R$ 2,9 milhões. Viu? É a relatividade dos custos!
* A drama da falta de água em São Paulo chega às bicas públicas. Um morador de rua queixa-se pela falta do copo de água e até seu banho de todos os dias, ainda que no estilo “banho de gato”!

* Lamentavelmente as estradas estaduais que precisam de conserto, após as grandes chuvaradas, não tiveram atenção no recente período de estiagem. A safra agrícola já está “bombando”, mas não temos solução para as ligações via terrestre.
* Mesmo com a maldade das contas estaduais, as estradas e escolas precisam receber recursos. Só assim permanece a perspectiva de recuperação econômica. Vejam o que acontece na Espanha, que havia mergulhado no desemprego. A estrutura daquele país, principalmente educação e estradas, aceleram resgates socioeconômicos.

* Tivemos o prazer de descobrir um programa de rádio, de alcance cultural e artístico. É às 05:00h da manhã – Gauchesco e Brasileiro, apresentado por Dorotel Fagundes, com músicas e textos de Barbosa Lessa, Glaucus Saraiva, João Simões Lopes Netto, Darci Fagundes e mais gente guapa na arte dos pampas. São 57 emissoras nos estados do sul. Em Passo Fundo parece que é a Uirapuru que transmite.
* Registramos o falecimento do empresário e amigo Eloy Zanatta, liderança bem relacionada e com participação na comunidade. Nossas condolências aos familiares.

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