O prazo para entrar em vigor a exigência de extintores de incêndio automotivos do tipo ABC foi adiado mais uma vez pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Conforme a resolução 521 de 25 de março de 2015, a nova data será 1º de julho. O motivo para a prorrogação é a falta do equipamento de segurança para venda no mercado. Em Passo Fundo, esse modelo de extintor continua escasso. O uso obrigatório do extintor do tipo ABC passou a valer desde o dia 1º de janeiro de 2015, mas a dificuldade de encontrar o equipamento, fez com que o Contran prorrogasse o prazo para 1º de abril. No entanto, no último dia 25 de março, o Contran atendeu o pedido apresentado no início do mês ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab, para prorrogar por mais 90 dias a exigência dos novos extintores veiculares ABC. O pedido de mais um adiamento para 1º de julho foi feito após empresários alertarem que o tempo dado seria insuficiente para fabricar e disponibilizar os extintores no mercado.
O coordenador do Centro de Registro de Veículos Automotores (CRVA) de Passo Fundo, Roberto Francisco Serraglio, enfatizou que a decisão proporciona mais um tempo para as pessoas se adequarem a norma. “Ainda há dificuldade das empresas adquirirem estes equipamentos na quantidade necessária pela falta deste modelo no mercado”, destacou Serraglio.
Mais eficiente
O extintor ABC apaga incêndio em materiais sólidos como pneus, estofamentos, tapetes e revestimentos. O equipamento substitui o extintor BC, que apaga incêndio em materiais elétricos energizados, como bateria de carro e fiação elétrica e em combustíveis líquidos – óleo, gasolina e álcool –, materiais também recomendados para o extintor do tipo ABC. “O novo extintor é mais eficiente, porque combate incêndio nas partes que o antigo equipamento não atingia, como nas borrachas, por exemplo”, explicou o coordenador do Centro de Registro de Veículos Automotores (CRVA) de Passo Fundo.
Infração grave
O equipamento deve ser usado em automóveis de passeio, utilitários, caminhonetes, caminhão, trator, micro-ônibus, ônibus e triciclo automotor de cabine fechada. Circular sem o equipamento constitui infração grave, com multa de R$ 127,69 e registro de cinco pontos na carteira de habilitação. Desde 2005, os carros produzidos no Brasil saem de fábrica com o extintor recomendado. “As pessoas que forem pegas sem o novo extintor poderão ter o veículo retido e pagarão multa”, salientou Serraglio.
Equipamento também está escasso em Passo Fundo
O empresário João Carlos Nogueira de Souza, que trabalha com a venda e distribuição de extintores de incêndio há 25 anos, informou que as fábricas realmente não estão conseguindo atender a demanda. O Rio Grande do Sul está sendo bastante prejudicado porque não há fabricantes no estado. As fábricas localizadas no Paraná, Rio de Janeiro, Minas Gerais, estão suprindo a demanda deles e os pedidos aqui não estão sendo atendidos. Quem está tendo acesso são as grandes distribuidoras que compram em grande quantidade”, observou Souza.
O empresário informou ainda que não há previsão de entrega de pedidos nos próximos meses. “Não recebemos nada desde dezembro de 2014 e não há previsão de entrega. As fábricas informam que até o final do ano não conseguirão atender a demanda. Acredito que o prazo de exigência dos extintores deveria ser protelado pelo menos por mais um ou dois anos”, disse o empresário.