A identificação de algumas doenças depende da realização de exames, alguns simples e outros mais complexos. Por isso, em grande parte das consultas realizadas com especialistas, os médicos solicitam a realização de algum exame para se certificar do diagnóstico. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), boa parte desses procedimentos podem ser realizados de forma gratuita para o paciente. Em alguns casos, é preciso esperar um bom tempo até conseguir, que pode ser de semanas ou meses. Entretanto, mesmo tendo que esperar todo este tempo, muitos vão até o local marcado para o exame, o realizam, mas depois não aparecem para retirar o resultado e encaminhar ao médico.
O volume de resultados não retirados chega a 30% do total de exames realizados através da Secretaria Municipal de Saúde. Este dado é o mais recente e se refere a uma pesquisa feita no ano de 2013. “Em torno desse percentual é que fica o número de exames não retirados. Fizemos esse levantamento pela preocupação quando vimos o volume de material fica aqui parado”, comenta o secretário de Saúde, Luiz Artur da Rosa Filho. De acordo com ele, o índice é semelhante nas consultas marcadas com especialistas na rede pública: “são pacientes que não aparecem nas consultas”, reforça o secretário.
Segundo Luiz Artur, isso representa uma perda de produtividade e até mesmo uma redução da oferta de consultas. “Para ter sido solicitado exames e encaminhado para especialista é porque o paciente realmente precisa e o maior prejuízo não indo às consultas e não retirando os exames é com a própria saúda das pessoas”, salienta.
Teleagendamento pode contribuir para mudar
A partir de agora, com o teleagenamento das consultas, que começa a ser implantado pelo município, o secretário acredita que este percentual possa reduzir. “Ainda não sabemos bem quais as potencialidades do software, mas se pudermos avisar o paciente que ele tem um exame para ser retirado, já podemos ir diminuindo o problema. A ideia é tentar minimizar através da informática”, explica. Outro objetivo é que se possa fazer o cruzamento de dados, por exemplo: se o paciente consultou com especialista, realizou o exame, mas não o retirou, em uma consulta futura o médico que o atender poderá saber desse caminho. “Hoje, o único cruzamento possível é do médico, que anoto no prontuário do paciente os exames que solicitou e em nova consulta pode cobrar que leve os resultados”, completa.
Prejuízo também é financeiro
Além do prejuízo com a saúde, pois o resultado do exame pode ser determinante na escolha do tratamento mais adequado, a não retirada dos exames, causa prejuízo financeiro para a saúde pública. Atualmente, o investimento do governo do Estado com os exames realizados na saúde pública de Passo Fundo é de cerca de R$ 100 mil mensais. “O estado investe em exames laboratoriais em torno de R$ 100 mil e 30% disso fica engavetado”, comenta.
Como vai funcionar o teleagendamento
O Sistema de Teleagendamento de Consultas que está sendo implantado vai funcionar, primeiramente, no Ambulatório de Especialidades, que fica ao lado do Hospital Beneficente Dr. Cesar Santos (HBCS). O objetivo é evitar as filas e o deslocamento de pacientes para marcar consultas. Através do sistema, quando o paciente for encaminhado para um especialista, não precisará mais ir até a Secretaria de Saúde para marcar. Isso, porque no próprio local em que for atendido, a equipe fará o agendamento. Depois disso, o paciente será contatado por esta equipe que avisará dia e o horário da consulta com o especialista.