OPINIÃO

Coluna Celestino Meneghini

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Fechar a teta suja
Evidentemente que a ação implacável mantida pelo Ministério Público contra os atos de corrupção na falsificação do leite, inclui esforço de várias pessoas, órgãos e consumidores preocupados com a sanidade deste produto essencial. A audiência pública ocorrida na Assembléia Legislativa gaúcha reflete essa idéia. O agente do MP, Mauro Rockenbach, da Promotoria Especializada da Capital, parece-nos abraçar adequadamente a missão de combater as fraudes e construir uma nova consciência que possa redimir a defasada imagem do leite. Adulterar o leite, pelas formas mais sórdidas já denunciadas é tarefa que exige esforço conjunto de órgãos públicos e privados de todas as esferas. Não apenas numa legislação rigorosa, incluindo a fraude como crime hediondo (alteração no art. 272 do CPP), mas medidas de fiscalização permanente. Sem adiamento, devemos fechar o teto sujo do leite.

Indisponibilidade dos bens
A operação Leite Compensado fez varredura em vários focos criminosos de adulteração. São 41 presos, 65 denunciados e 150 bens de delinqüentes tornados indisponíveis (no valor de R$ 13 milhões), além de multa na casa dos 10 milhões a empresas do ramo de entrega do leite adulterado. Sublinhamos medidas e sanções financeiras por que sabemos que esses criminosos só sentem a reprimenda quando o aguilhão atinge o bolso, já que a consciência humana é pouca.

Garantir lucro

Todas as iniciativas de controle na qualidade do leite certamente contribuirão para valorizar de forma mais justa o produtor, ou a indústria, enfim, quem trabalha com lisura. Os parâmetros de sanidade do leite devem receber o apreço implacável do consumidor interno e até o mercado externo reconhecerá que temos produto primoroso. Esse será o viés do lucro justo, fruto de uma competência técnica e da vocação produtiva reconhecida. Temos convicção de que o conjunto de medidas será eficiente e suficiente para restaurar a confiança do consumidor, pacificando o setor da produção leiteira, com lucro para quem merece. Passo Fundo e região têm singular importância neste processo, que merece vigilância sem trégua. Assim, haverá mais saúde, mais emprego e mais dinheiro circulando.

Retoques:
* Pasmem! Mulheres jovens que acessam funções na segurança pública de São Paulo, passam por muita aflição, vítimas do assédio sexual praticado por colegas de farda. Várias denúncias estão em curso. Depoimentos de policiais, pressionadas por superior hierárquico revelam traumas familiares nesta forma de violência. O detalhe é a dificuldade na prova de tais atos. Enfim, neste mundo, como ficam pessoas mais frágeis, diante da prepotência machista?

* A Petrobras deverá ganhar parceiro forte. A anglo-holandesa Royal Duth Shell está comprando a poderosa (britânica) BG. Negócio de R$ 70 bilhões. A Shell atua em áreas do Pré Sal. A BG é mais uma corporação que sofreu dificuldades com a queda no preço do petróleo.

* O envolvimento de grupos de comunicação do País no escândalo Zelote não permite a devida transparência na mídia. O caso pouco desvelado é maior do que a população percebe por falta de acesso à informação na mídia. A excrescência envolve diretamente empresas e agentes fiscais e não apresenta a conotação partidária. A circunstância não diminui a culpa do caso diverso, de corrupção na Petrobras, mas corruptos e corruptores deixam prejuízos assustadores ao povo. A transparência na imprensa omite a mesma pertinácia saudável nos demais casos. E agora, José?
* Com boa dose de ousadia, está concretizada a idéia de uma ciclovia nas ruas de Passo Fundo. Acertou o prefeito Luciano, ainda que iniciativas assim exijam adaptação e certa tolerância no trânsito, aliás, necessária no contexto de convivência com os automóveis. É política de gestão que induz à visão mais plural na disputa dos espaços públicos.

* A presença de cães descuidados na rua levou o MP a mover ação judicial para reduzir riscos à saúde pública em Quaraí. A Prefeitura deverá promover castração e cuidados veterinários e até instalação de “microchips” nos cães.

 

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