Havia em uma sala de aula dois sujeitos absolutamente opostos: um odiável e outro admirável. Um era tido como esnobe e debochado, outro era só coisas boas. Viviam juntos, tinham forte amizade e era inevitável que se perguntasse a outro porque andava com um porque faziam a diferença entre água e vinho. Outro respondeu que um tinha um lado que todos desconheciam e que era apreciável e que por isso merecia sua amizade e respeito. A outra pergunta que se impunha era porque o cara tinha uma face admirável e mostrava a outra, deplorável tipo o médico e o monstro? Por que não exibir o que de melhor se tem?
Lembrei da Disneyworld e os valores que ela impõe a seus funcionários. Os valores da Disney são quatro: segurança, cortesia, show e eficácia. Tudo na Disney deve ter segurança máxima; a cortesia explícita deve ser tamanha que as pessoas se sintam carregadas no colo; o show deve ser absolutamente próximo da perfeição; e tudo deve funcionar harmonicamente de maneira eficaz. Tudo certo? Tudo bem. Valores, quais seriam os nossos? Hombridade, persistência, foco, altruísmo, humanidade, resiliência, ética, moral...? Esses valores, se consistentes, são empregados no dia-a-dia? As pessoas reconhecem em nós tais valores? Como diz Mário Cortella: ética não é cosmética, que se põe e se tira diariamente para efeitos estéticos. Ética deve ser praticada continuamente, mesmo que pareçamos risíveis aos que não dispõem dessa conduta. Precisamos da Disney até para entender o estrondoso sucesso daquela empresa, aquele sucesso que buscamos e sonhamos encontrar.
PS - A incessante busca da renovação dos conhecimentos me conduz a São Paulo entre os dias 15 e 24 desse mês para duas atualizações nas áreas que atuo: cirurgia do aparelho digestivo e trauma. Farei imersão no Congresso Cirurgião Ano 9 (Hotel Maksoud) e no curso internacional Cuidados Cirúrgicos Definitivos em Trauma (Santa Casa) junto com mestres nacionais e internacionais. Fico feliz em ir, fico feliz por buscar constantemente a atualização, fico feliz por me perceber inquieto e permanentemente insatisfeito com o conteúdo até agora obtido, mesmo que seja médico há 33 anos. Sempre é tempo de se renovar.