Democracia pulsa o Brasil
A vontade do povo foi a força motora que despertou a organização estatal para a nova função, especialmente da Polícia Federal. Esta é a novidade no mapa dos cotejos de ações do Estado. Percebe-se o avanço da mentalidade, ou cultura do senso de equidade vencendo o estágio meramente policialesco que se resumia a uma literal caçada aos bandidos comuns, ou simplesmente da camada social mais pobre. Enquanto corruptos infiltravam-se no poder pulsava uma força democrática onde menos se esperava: a Polícia Federal.
Muralha dos intocáveis
Os paradigmas legais assentados na mentalidade escravista protegiam o poder civil e oficial manipulador da sociedade, durante séculos. As lutas ideológicas dos sem terra e dos extrativistas, que deixaram mártires em todo o território nacional, e os movimentos pela igualdade racial, ergueram bandeiras consagradas nas normas constitucionais. A classe trabalhadora também teve seu auge num período recente. Tudo isso sacudiu a muralha dos intocáveis das categorias sociais privilegiadas e questionou severamente as oligarquias. Então, as instituições dando resposta pelas políticas de governo, fortalecimento da Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário, geraram ações que trazem o timbre de justiça social. As muralhas dos privilégios dos intocáveis começaram a cair. Crimes do colarinho branco vieram à tona. É a nova face de um estado que emergiu do protecionismo do poder. Essa é a mudança, num clima de apreensão que dialoga com necessidades evidentes postas na mobilização de rua, questionando até a figura da presidente.
Zona de conforto
O brilho do poder fascinou também uma porção partidária do governo petista. Alguns resolveram ocupar postos de confiança arvorando-se donos de articulações nacionais. E esqueceram a missão. Ocuparam cargos indiscriminadamente, descuidando da seriedade. Desdenharam a milenar advertência “nomina stultorum extant undique locorum” – “ o nome dos tolos aparece em toda parte”. Todos os figurantes, e de vários partidos, ofuscados pelo brilho do ouro, foram flagrado em delito contra o patrimônio público e enquadrados surpreendentemente. Convenhamos, isso é novo, e derruba a sensação de conforto da horda histórica de apanigüados do poder.
Reação positiva
Talvez não seja tão simples concordarmos com algumas expressões ditas na conta da motivação, como a assertiva de que a crise nos ensina a corrigir e progredir. O Brasil é grande e, as instituições, as fronteiras vastas, rios e mares, solo rico e um povo tolerante e decidido, sem graves crises de paz, está reagindo. Temos apertos nas finanças, apreensões na segurança comunitária, nos presídios e outras aflições, mas nenhuma maior que nosso País. Se compararmos a outros países, todos com grandes tragédias sociais ou naturais, estamos incólumes. O aperto é certo, mas as soluções, sob a vigilância desta nova democracia, aparelhada contra a devastação de corruptos, logo vai emergir. O Estado não pode perseguir o povo. O cidadão está de pé! Caiu mais uma barreira, desta vez dos que se achavam espertalhões, mas são tolos, pois conhecerão a cadeia.
Direito de resposta
No último dia 02, neste espaço, veiculamos que um professor não foi citado em solenidade de entrega de carteira de advogado na Subseção da OAB. O presidente da Subseção de Passo Fundo, advogado Alexandre Gehlen enviou-nos correspondência com discordância sobre o fato, que diz desconhecer. “É habitual a entrega de carteiras por advogados próximos e ou queridos dos novos colegas”, informa. Afirma que este procedimento tem sido adotado e nunca houve a negativa de tal cordialidade. Acrescenta que para a citação da pessoa a participar da solenidade (no caso do professor), “ é necessário tão somente que o novo advogado expresse esse desejo, por simples manifestação oral e informal”. Dr. Alexandre pondera que o cerimonial não foi alertado sobre a presença do mestre no ato solenizado. Este é o esclarecimento que registramos como recomenda o contraditório jornalístico. Ainda que resumidamente, esperamos ter atendido a manifestação do ilustre presidente da Subseção da Ordem.