A BSBIOS completou ontem o seu 10º aniversário consolidada como uma das maiores produtoras de biodiesel no Brasil. Apenas no ano de 2014, o faturamento registrado foi de R$ 1,9 bilhão. Em clima de otimismo, o diretor presidente da empresa, Erasmo Carlos Battistella, concedeu entrevista coletiva na manhã de ontem. Na oportunidade lembrou da trajetória percorrida ao longo desta década, destacou boas perspectivas para o futuro e enfatizou a importância da agregação de valor à soja e seus subprodutos no mercado interno a fim de fortalecer a economia e aumentar a geração de empregos no Brasil.
A empresa mantém hoje duas unidades industriais, em Passo Fundo, RS, e em Marialva, PR, e 17 unidades de captação. Cerca de 40% da matéria-prima utilizada nas plantas é proveniente da agricultura familiar. Entre os dados apresentados aos jornalistas, Battistella destacou algumas diferenças da cadeia produtiva do diesel e do biodiesel. Segundo ele a produção de biodiesel gera 133% a mais de empregos do que a produção de diesel, em função da cadeia envolvida.
Matérias-primas
Entre as principais matérias-primas utilizadas no processo estão a soja, que representa aproximadamente 80% do total, e o sebo bovino, com uma participação que oscila entre 15% e 20%. “Estamos falando de algo em torno de 3,5 e 3,6 milhões de toneladas de óleo de soja”, reforça. Esse total representa entre 16 a 18 milhões de toneladas de soja que serão processadas neste ano para serem transformadas em biodiesel. Conforme o empresário, o Brasil colhe 94 milhões de toneladas de soja, das quais 44 milhões devem ser processadas internamente em 2015. Desse total se extrai a parcela utilizada para a produção de biodiesel. “Temos mais de 50% da nossa soja que sai de forma in natura no Brasil”, pontua. Segundo ele, a cadeia produtiva defende a agregação de valor e a consequente ampliação na geração de empregos, ao invés de se vender o produto in natura e gerar empregos na China e na Europa onde o produto é processado. Do total de soja processada para a produção do biodiesel, entre 18 e 20% são de óleo. O restante é farelo rico em proteína que pode ser utilizada de diversas formas.
Perspectiva
O empresário acredita no potencial de crescimento do setor tendo em vista os efeitos ambientais, sociais e econômicos que são impulsionados pela produção e o consumo de biocombustíveis. Um exemplo dos benefícios é a redução da emissão de gases de efeito estufa. Em comparação com a produção de diesel comum, o biodiesel emite 63% menos de gases de efeito estufa. Na queima convencional, em carros, a emissão é 57% inferior e em motores híbridos, que utilizam biodiesel e energia elétrica, a redução chega a 93%. “Visualizamos para os próximos dez anos uma continuidade de crescimento da empresa baseado nos pilares de estar trabalhando na área das energias renováveis, estar inserida cada vez mais no setor agrícola, nessa cadeia da agroenergia, e trabalhar com sustentabilidade. É isso que estamos fazendo e que queremos fazer nos próximos 10 anos”, enfatiza Battistella destacando que a empresa se preocupa em desenvolver trabalhos sociais.