Sem conscientização, solução será autuar

DENGUE: Município está elaborando projeto de lei que prevê multa para quem não atender às orientações dos agentes no sentido de eliminar focos de larvas e mosquitos em suas residências

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Em todos os bairros controle de larvas e mosquitos deve ser feitoEm todos os bairros controle de larvas e mosquitos deve ser feito
Em todos os bairros controle de larvas e mosquitos deve ser feito
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Do início do ano até a última atualização dos dados, realizada na segunda-feira, 13 de abril, já foi comprovada a existência de 245 focos de larvas ou do mosquito Aedes aegypti, e outros 100 do Aedes albopictus, ambos transmissores da dengue e da febre chikungunya. O número é maior que em qualquer outro período da história. Além disso, são quatro casos confirmados da doença e duas notificações ainda em análise que podem se configurar em outros casos positivos.

Por conta disso, o trabalho da Vigilância Ambiental em Saúde é intenso e inclui pulverização, aplicação de larvicida e orientação à população. E é neste terceiro ponto que a situação está deixando a desejar. Mesmo com a comprovação por parte dos agentes da existência de larvas em água parada dentro dos limites das residências, as pessoas não têm cumprido com o seu papel para exterminar os focos.

A ideia agora é começar a autuar quem não cumprir as orientações. Para efetivar esta medida, a Procuradoria Geral do Município (PGM) está elaborando um projeto de lei que prevê a aplicação de multas para os moradores. “Temos um problema que não estamos conseguindo resolver que é o fato da população ser resistente às orientações que os agentes fornecem. Vamos até a residência, conversamos com o morador, explicamos que, por exemplo, a caixa d'água está com larva, que é preciso resolver isso na hora, ou tratar a água da piscina que está com larvas, e aí voltamos dias depois e está tudo igual. A população parece que não está dando ouvidos ao que temos orientado”, desabafa a coordenadora do Núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde, Ivânia Silvestrin.

De acordo com ela, se aprovado o projeto, a lei irá possibilitar que o setor autue quem for notificado e não cumprir com as orientações. “Vamos começar a autuar todas as pessoas que após terem sido notificadas de que estão com problemas não cumprirem com sua obrigação no controle da dengue”, ressalta Ivânia. A importância do controle é ainda maior a partir de agora, com a comprovação de existência de casos autóctones em vários municípios da região. “Muitas moradores de cidades das regiões atingidas pela doença se deslocam para cá, até para consultas médicas, e nossa preocupação aumenta, pois estamos cercados por várias cidades que estão com epidemia de dengue”, salienta.

Problema está nos quatro cantos da cidade
Atualmente, o Núcleo de Vigilância Ambiental em Saúde conta com o trabalho de 30 agentes, que são responsáveis pela visitação e orientação em todo o perímetro urbano. E o problema dos focos de mosquito está, realmente, em todo o perímetro urbano de Passo Fundo, o que requer que os agentes realizem um trabalho árduo. A situação deixou de ser em locais determinados, como acontecia nos anos anteriores, e hoje atinge os quatro cantos da cidade.

“Temos intensificado nosso trabalho, pulverizando os pontos que estão mais críticos, em especial nas situações em que existem muitos mosquitos adultos. Existem pontos estratégicos que visitamos com maior frequência, que são os locais onde deu positivo para o Aedes, e onde temos feito a pulverização”, comenta Ivânia sobre o que está sendo realizado. Uma vez identificada a existência de larvas ou do mosquito adulto, são tomadas as medidas de pulverização ou aplicação de larvicida. “Tratamos as larvas para não deixar evoluir para a fase de pupa e depois mosquito adulto”, explica.

Ivânia ressalta ainda que hoje qualquer local com água parada é considerado ponto crítico para a proliferação de larvas. “Indiferente do bairro, onde tiver água parada e não tiver o cuidado da população em relação a isso é ponto crítico. O interior não é problema, porque mosquito da dengue tem hábitos urbanos. A maior proliferação é no meio da população, onde existem prédios, flores, casas, lixo, muito lixo”, avalia.

Surto de dengue na região Noroeste
Na semana passada, a Secretaria Estadual da Saúde emitiu um alerta epidemiológico para os municípios da 17ª Coordenadoria Regional de Saúde, com sede em Ijuí. Naquele momento, a situação mais preocupante, no município de Panambi, era de 23 casos autóctones confirmados e dois importados, adquiridos em viagem a outros estados. Ontem (16), a Secretaria confirmou a existência de surto de dengue naquela região, com 140 casos confirmados.

 

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