Região em alerta com ampliação dos focos

Carazinho é o município com situação mais preocupante. Oito municípios estão infestados e 16 possuem a presença do vetor, mas aguardam confirmação

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A região está em alerta para combater a dengue. Carazinho é o município com quadro mais preocupante entre os 62 municípios que compõe a 6ª Coordenadoria Regional de Saúde. A cidade possui seis casos autóctones, ou seja, de pessoas que contraíram a doença dentro do próprio município, e dois importados. Outros sete municípios também estão infestados, mas não possuem casos confirmados de dengue. Tapejara está com um caso suspeito que passa por análise, em Porto Alegre, para confirmar. O caso, se confirmado, é de uma pessoa que viajou para São Paulo e apresentou sintomas semelhantes ao da dengue. Passo Fundo registrou quatro casos confirmados de dengue. Porém, a doença se manifestou em pessoas que contraíram a doença fora da cidade. Nestas situações a doença é considerada importada.

Dados do governo do Estado apontam para 171 casos autóctones e 66 importados de dengue todo o Rio Grande do Sul. O responsável pela vigilância epidemiológica da 6ª Coordenaria Regional de Saúde, Gilberto Santetti, disse que estes números variam diariamente, mas destacou que a situação requer um esforço individual de toda a população. “As pessoas precisam monitorar e eliminar, em suas residências, os locais que possam acumular água e propiciar o desenvolvimento do mosquito”. Segundo ele, a principal forma de combate, além dos cuidados para evitar a proliferação outra medida adotada é o isolamento dos pacientes com quadro confirmado. Por exemplo, em Carazinho, as pessoas que contraíram a doença foram isoladas, para evitar o contato com o mosquito novamente e evitar a transmissão do vírus.

Segundo a coordenadora da vigilância ambiental em saúde, Marli Favreto, compete a cada município o trabalho de combate ao mosquito Aedes aegypti, mas é responsabilidade do Estado o fornecimento dos produtos para pulverização e treinamento dos agentes de combate a dengue. De acordo com ela, a preocupação diante ao aumento das suspeitas de focos do Aede aegypti está preocupando os municípios da região. Além dos oito casos com quadro de infestação, mais 16 cidades estão com a presença do vetor, mas aguardam confirmação. Em janeiro e fevereiro, 1.395 amostras foram analisadas pelo laboratório. A vigilância ambiental em saúde estima que entre março e abril já foram analisadas mais de 2 mil amostras pelo laboratório. Marli destacou que, até agora, foram analisadas 11.861 larvas, pupas e mosquitos adultos, presentes em mil tubitos, oriundos de cidades da região que enviaram amostragem.

Atenção individual
“A população não está percebendo a dimensão deste problema”, desabafa Marli. Ela destaca que é responsabilidade da sociedade monitorar a presença do mosquito. Segundo ela, esse é um trabalho simples que requer o cuidado individual nas próprias residências para eliminar o lixo e o água parada que são os principais meios de proliferação do mosquito transmissor. “Hoje a situação está controlada, mas até se não houver uma atenção e cuidado especial de cada um esse quadro pode se intensificar”.

Municípios infestados
Passo Fundo, Carazinho, Tapejara, Não-Me-Toque, Tapera, Espumoso, Casca e Marau.

Casos aumentam 240% no país
O número de casos de dengue no país este ano, até o dia 28 de março, aumentou 240,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Até 28 de março, foram registrados 460,5 mil casos, contra 135,3 mil registrados no primeiro trimestre de 2014, conforme balanço divulgado na última semana pelo Ministério da Saúde. O balanço informa que, até 28 de março, 132 pessoas morreram em decorrência da doença, número 29% maior que o de 2014, quando foram 102 as mortes, no mesmo período. Os casos graves também aumentaram: 235 este ano, o que representa aumento 39,1% na comparação com 2014, quando foram registrados 169, também até 28 de março.

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