Grande parte das vezes em que solicitam minhas palestras é para deliberar sobre ambiente de trabalho. Nessa data de primeiro de maio, além da música First of May do Bee Gees, lembro a morte de Ayrton Senna e de um Grenal em que Iura levou um chapéu de Falcão e revidou com um tapa e foi expulso.
Nas empresas em que trabalho e que trabalhei percebo denominações diferentes em relação ao trabalhador. Ou ele é assim chamado (trabalhador) ou funcionário ou empregado quando queremos designar que ele faz parte daquilo que funciona ou que deveria funcionar. O funcionário faz funcionar nesta direção ou naquela, não importa a direção porque ele não faz parte da massa pensante, faz parte da massa funcionante. Outras empresas chamam o trabalhador de colaborador, denominação que não aprecio pela simples razão de dá a impressão de colaboração ao resultado final sem que se especifique qual o grau dessa função, colaborar mais ou menos sem taxar o grau de envolvimento coloca todos em um mesmo saco. As empresas chiques dão ao colaborador as prerrogativas para que ele pense como dono, mesmo que isso não configure a realidade. Prefiro chamar meus companheiros de time, grupo que pega junto, que marcha voluntarioso porque se sente importante peça da engrenagem. Somente há time vitorioso se a gente sabe com clareza os propósitos do líder, que é mais do que um chefe, é o grande norteador, visionário, que põe a alma no empreendimento. Sem norte, sem alma e sem sangue tanto o trabalhador quanto o chefe podem parecer cavalo de corrida, mas sem jóquei que pode correr em qualquer direção porque tem músculo, mas não tem cérebro.
O trabalho pressupõe um propósito para que não seja destituído de sentido. É o que a gente deve buscar no nosso ambiente de trabalho, onde se passa a maior parte dos nossos dias. Sem propósito acabamos fazendo serviço escravo por anos a fio para que velhos e aposentados parecer que somos apenas CPF, substituível. Hoje o jovem tem noção absolutamente diferente do conceito de trabalho. Ele não quer trabalho escravo, quer trabalhar no que gosta, não quer se sentir usado, quer fazer parte integrante e fundamental da engrenagem, quer dar palpite, quer ser ouvido. Não necessariamente devemos estar velhos para que conquistemos a liberdade. Jovem em trabalho escravo, velho com liberdade. Devemos ganhar a vida cuidando da vida. A empresa deve promover vida a seus funcionários, deve dar a ele espírito de equipe e isso se faz a partir do líder, na prática e não na teoria. Chefe engajado, funcionário engajado.
A empresa bacana deve ouvir seus funcionários, prestar atenção em suas sugestões, deve abster-se em receber elogios, deve estar absolutamente aberta às críticas. Eu me sinto feliz no que faço porque sou gente que cuida de gente, posso ficar cansado, mas nunca estressado, minha vida tem propósito e é por isso, ou por isso, também que é bem provável que morra sem me aposentar.
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Hoje o jovem tem noção absolutamente diferente do conceito de trabalho. Ele não quer trabalho escravo, quer trabalhar no que gosta, não quer se sentir usado.
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