OPINIÃO

Contradições da candidata e da presidente

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O marketing dominou as eleições de 2014, durante a campanha eleitoral o comando de campanha da petista Dilma Roussef, detectou que a maioria do eleitorado queria “mudanças”, diante desse fato a campanha adotou um novo slogan que procurou neutralizar o seu oponente Aécio Neves que era “governo novo, ideias novas”. Questionada durante a campanha eleitoral em 2014 se pretendia mudar as as leis trabalhistas no país, a presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, afirmou que direitos como 13º salário, férias e horas extras não serão alterados "nem que a vaca tussa". "Quando se mudam as relações de trabalho, a legislação tem que mudar. Essas mudanças na legislação não podem ser comprometendo direitos. Se essas mudanças precisam ser feitas para garantir que todas as alterações sejam absorvidas, eu acredito que sim. Agora vamos ter clareza disso: 13º, férias e horas extra, [não se muda] nem que a vaca tussa", disse Dilma em sua resposta.

O que ela fez ao reassumir seu segundo mandato enviou ao Congresso Nacional duas medidas provisórios, com o objetivo de fazer o ajuste fiscal, a medida provisória 665, que torna mais rigoroso o acesso a benefícios previdenciários, como seguro-desemprego, seguro-defeso e abono salarial. A outra MP do ajuste, a 664, que restringe o acesso ao benefício da pensão por morte. "Só a educação liberta um povo e lhe abre as portas de um futuro próspero”, cravou Dilma Rousseff em seu discurso de posse, em 1º de janeiro. A presidente justificou a alcunha de “pátria educadora” dada ao País nesse dia ao afirmar que “democratizar o conhecimento significa universalizar o acesso a um ensino de qualidade em todos os níveis, da creche à pós-graduação”. Palavras de impacto e com o aval de todos os brasileiros. 

Da educação básica ao ensino superior, sem distinção, todos os níveis apresentam graves problemas. Recentes mudanças no Programa de Financiamento Estudantil (Fies), por exemplo, podem deixar alunos fora do ensino superior. O corte orçamentário fará com que sejam subtraídos cerca de R$ 7 bilhões dos gastos do Ministério da Educação neste ano, o maior bloqueio entre todas as pastas. Além disso, estudos mostram que a educação básica, que deveria dar sinais de avanço, apresenta desaceleração nos níveis de aprendizado. Levando-se em conta que não se passaram nem dois meses do início de 2015, é impossível não fazer a pergunta: onde está a pátria educadora?

O caso mais emblemático é o do Fies., programa pelo qual o governo banca a mensalidade dos estudantes. A dívida é paga após a formatura com juros camaradas. No final de 2014, o governo estabeleceu algumas mudanças, entre elas a de que só seriam mantidas no programa as instituições de ensino superior que tivessem teto de reajuste da mensalidade até 4,5%. Depois de negociações com entidades do setor e reclamações de alunos, a taxa subiu para 6,4%, o índice da inflação.

Durante os meses de março e abril de 2015, o governo veiculou em horários nobres que qualquer aluno teria acesso ao FIES. Ainda no dia 06 de abril de 2015, na posse do novo Ministro da Educação a Presidente Dilma, afirmou que os ajustes nas contas do governo não afetarão os programas importantes do MEC (Ministério da Educação). "Eu garanto que a necessidade imperiosa de promover ajustes na nossa economia, reduzindo despesas do governo, não afetará os programas essenciais e estruturantes do Ministério da Educação", disse a presidente.

A verdade veio no dia 04 de maio de 2015, o ministro Renato Janine Ribeiro, afirmou que o Ministério da Educação não tem verba para novos contratos do FIES.  Segundo o MEC, os R$ 2,5 bilhões destinados para novos contratos do programa já foram utilizados em 252.442 novas adesões. Segundo O Globo, o número representa cerca de 52% das adesões ao financiamento efetivadas no primeiro semestre de 2014, quanto aproximadamente 480 mil alunos entraram no programa.

As contradições de Dilma, na economia, na leis trabalhistas, nas políticas de educação, fizeram com que eu me questionasse: devo acreditar na Dilma candidata nas eleições de 2014 ou, na Dilma presidente? Você, acredita em qual?

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