A extensão como um processo marcado pela troca interdisciplinar de experiências e por um amplo debate acerca dos novos olhares que se fazem necessários aos projetos que perpassam o fazer acadêmico. Assim foi o Seminário Integrador, um encontro que reuniu professores, acadêmicos e colaboradores envolvidos com os projetos de extensão da Universidade de Passo Fundo (UPF), com movimentos sociais e Organizações Não Governamentais (ONGs) beneficiadas com as diferentes iniciativas propostas pela Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (VREAC).
O encontro realizado nesta terça-feira, 12 de maio, propôs a produção de um processo de reflexão sobre o fazer extensionista. Nessa perspectiva, a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Dalmolin, explica que o seminário materializa o que é pensado em termos de extensão à Universidade. “É um momento de acolhida de todos os estudantes, professores e funcionários que fazem extensão, é um momento de trabalharmos interdisciplinarmente e de exercitar o protagonismo dos alunos”, avalia.
De acordo com ela, o seminário foi, em todo o seu planejamento, pensado conjuntamente com os acadêmicos e professores, a partir de uma discussão entre projetos e disciplinas com as entidades que são parceiras e que representam a comunidade. “Fizemos um grande movimento, que é essa possibilidade de diferentes encontros, diferentes saberes, da forma como pensar a extensão e repensar os projetos e, com isso, levar cada vez mais esse universo para dentro da sala de aula”, afirma Bernadete, explicando que é necessário problematizar o aprendizado e o fazer acadêmico, de modo a avançar para uma formação mais cidadã, qualificada, que pense os grandes problemas que estão no contexto da sociedade. “Fazemos isso para que possamos ter um aluno cada vez mais crítico e capaz de enfrentar as questões que se apresentam na vida profissional e capaz de transformar a sociedade positivamente”, define.
Extensão viva e atuante
Para a vice-reitora, a extensão precisa estar viva e deve, constantemente, problematizar aquilo que está no cotidiano. “Estamos em uma sociedade que se repensa e se transforma todo dia e precisamos ser ativos nesse processo, estar junto com os diferentes sujeitos que compõem a sociedade e debater essas questões com ele, trazendo essa discussão para a formação acadêmica, agregando, desse modo, conhecimento singular que dialoga com todo o contexto social”, define, explicando que, com isso, se realiza o processo de dialogicidade, pensando a pluralidade com os diferentes atores. “Apostamos no processo de formação”, comenta Bernadete, reforçando que o seminário é a oportunidade de vivenciar grandes questões, conflitos e temas geradores de problemas e soluções que estão presentes na sociedade, processo que precisa estar inserido no cotidiano da sala de aula, seja para reflexão ou para implementação de novas práticas.
Conforme o professor Frederico Santos dos Santos, coordenador do seminário, os trabalhos têm como propósito oportunizar àqueles que participam ou que estão vinculados com os projetos um momento para repensar o que vem sendo feito, para estabelecer novas articulações e para conhecer outras possibilidades. “Queremos olhar os projetos de extensão por outras perspectivas, a partir do encontro que se faz com o outro. Dessa forma, também podemos pensar parcerias com outros projetos, outras possibilidades, bem como podemos colocar em prática a interdisciplinaridade”, destaca, pontuando que, ao convidar representantes dos movimentos sociais, é possível perceber quais são as demandas dessas comunidades, o que eles anseiam e esperam da Instituição.