Os primeiros 13 imigrantes vindos pelo Acre esperados para desembarcar no Rio Grande do Sul chegaram na madrugada de terça-feira (26) à rodovia de Porto Alegre e a maior parte deles já dirigiu-se para as cidades de Passo Fundo, Caxias do Sul, Pelotas e Tapejara, além de São Paulo, em ônibus de linhas. Apenas três permaneceriam na capital, segundo o secretário de Direitos Humanos, Luciano Marcantônio. No grupo estão 10 senegaleses, dois haitianos e um nigeriano, e a maioria já havia feito contato com parentes e amigos para acolhê-los. Do pequeno grupo que desembarcou em Passo Fundo, todos foram para Tapejara, onde já têm parentes instalados, segundo o advogado Luiz Gallas, que auxilia os grupos de imigrantes que chegam a Passo Fundo. Integrantes da secretaria de Porto Alegre acompanharam o grupo das 4 às 8 horas desta terça-feira na estação rodoviária. No local também estava um haitiano que reside na capital e deu as boas-vindas ao grupo. Ele ficou de intérprete, já que os imigrantes falam em sua maioria o idioma local e o francês. “Fizemos a abordagem e oferecemos um telefone celular para que pudessem fazer esse contato com familiares”, contou Marcantônio. Não houve necessidade de ficarem no Centro Humanístico Vida, da Secretaria Estadual do Trabalho, na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, bairro Sarandi, onde é organizada uma estrutura para receber mais haitianos.
A caminho
A informação recebida na terça-feira pelo secretário era que um grupo maior de haitianos, quase 90 pessoas vindas em dois ônibus fretados pelo governo do Acre, sairia de noite daquele estado e a previsão é que cheguem ao RS no sábado. Marcantônio não sabia se haveria paradas em outras capitais durante o trajeto. Por conta da chegada dos grupo, na terça-feira o dia foi novamente de preparativos no Centro Vida, onde os banheiros do local passavam por reformas. Conforme a Secretaria Estadual do Trabalho, que monitora esse trabalho, são providenciadas reformas elétrica e hidráulica do espaço.
O presidente da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS), responsável pelo Centro Vida, Juarez Santinon, informou que o local já está preparado para receber até 250 pessoas. “E se precisar ampliar, ocuparemos uma outra sala”, explicou. O alojamento coletivo está instalado em uma sala até então utilizada para aulas e que foram transferidas para outro local. “Não é um hotel, mas será um espaço digno”, assegurou. Um refeitório é organizado no Centro Vida, que recebe donativos de quem puder ajudar com alimentação e agasalhos.
Todos esses preparativos, além da assistência que será dada aos imigrantes com tradutores, alimentação e outros, foram discutidos em reunião organizada nesta segunda-feira, na sede da FGTAS para dividir informações disponíveis sobre a vinda dos imigrantes. A previsão é que os haitianos cheguem ao Estado já com passaporte provisório, CPF e Carteira de Trabalho. Boa parte das informações, porém, não é oficial. Ontem (27) uma comitiva de Porto Alegre se deslocou a Brasília para reunião no Ministério da Justiça, na tentativa de melhorar as tratativas sobre a vinda de imigrantes. Na capital, tanto Estado como prefeitura reclamam da falta de informações, que impede melhor planejamento para recebê-los.