Para aumentar a adesão das famílias brasileiras à doação de órgãos, o Ministério da Saúde mantém a campanha “Sua família é a sua voz”, que busca sensibilizar a população quanto à necessidade do diálogo sobre a decisão, e a importância da autorização da família para a retirada de órgãos após a confirmação de óbito de um paciente. Segundo dados do Ministério da Saúde, atualmente, 56% das famílias entrevistadas aceitam e autorizam a retirada de órgãos para a doação em situações de morte encefálica, porém, esse percentual poderia ser ainda maior, permitindo a realização de mais transplantes.
Hoje o Brasil é o país latino-americano com o maior número de aceitação familiar, ficando acima da Argentina (52,8%), Uruguai (52,6%) e Chile (51,1%). A campanha do ministério terá concentração entre os dias 24 e 27 de setembro – Dia Nacional de Doação de Órgãos – mas serão distribuídos, ao longo do ano, 120 mil cartazes e 470 mil folders em companhias aéreas, postos de pedágio e na rede do Sistema Único de Saúde. O país conta ainda com uma rede integrada de serviços de transplantes em 26 estados e no Distrito Federal (DF), sendo 27 Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos, câmaras técnicas nacionais, 481 Centros de Transplantes, 1.180 equipes de Transplantes e 67 Organizações de Procura de Órgãos (OPOs). Além disso, 95% dos procedimentos são realizados no Sistema Único de Saúde (SUS), sendo o maior sistema público de transplantes do mundo.
Fita verde
Símbolo de apoio a doação de órgãos, a fita verde ganhou destaque nas redes sociais nos últimos dias. A jornalista Vanessa Lazzaretti foi umas das usuárias que aderiu a campanha e comenta: “Eu acredito que doar órgãos é um ato de amor e de solidariedade, por isso aderi a campanha. É uma forma de, mesmo depois da morte, continuar ajudando as pessoas beneficiadas a viver e ter a oportunidade de realizar seus sonhos. Inserir essa campanha nas redes sociais é uma forma de chamar a atenção para o assunto, especialmente dentro de cada família, tendo em vista que no Brasil não é a falta de estrutura, mas a negativa familiar o principal motivo para que um órgão não seja doador”, destaca.
Doe órgãos, uma corrente pela vida
Com o objetivo de despertar a consciência coletiva, a Campanha Permanente de Doação de Órgãos e Tecidos, desenvolvida pelo Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), faz um apelo para que as pessoas participem da corrente pela vida, tendo a percepção da doação pela necessidade e não apenas pelo sentimento da morte. O médico Cassiano Ughini Crusius, coordenador da OPO da Região Norte do Estado, explica que a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), é a primeira a realizar o contato, quando há um possível doador. “Essa comissão é a responsável por identificar um potencial e realizar as entrevistas e todo o trâmite da doação em si”, pontua. O Rio Grande do Sul contém seis OPOs, entre elas uma que é sediada no HSVP.
Conteúdo completo na edição impressa de ON