Entre tapas e beijos com sua sustentabilidade e os rombos orçamentários, já se vão 60 anos de presença da tecnologia básica nas pequenas propriedades rurais. De lado a gestão financeira, importa dizer que a empresa cumpriu missão de vigilância e extensão de técnicas na agropecuária que resultou numa base forte para nossa economia gaúcha. Sua manutenção foi uma das melhores opções de um estado que precisa acreditar na vocação agropastoril. Seria totalmente injusto com a história e as tradições de nossa terra abdicar dos meios tecnológicos da Emater. As transferências tecnológicas obviamente são aproveitadas pelos médios e grandes produtores. A vitalidade do campo, no entanto, só foi possível com o direcionamento às pequenas propriedades de recursos de conhecimento científico aplicados nos municípios.
Trabalho e família
Percebe-se que os técnicos da Emater tornam-se naturalmente agentes sociais integrados ao convívio das comunidades do interior e até personagens no contexto familiar. Ali o pequeno agricultor deposita sua crença de sobrevivência e projeta o crescimento familiar pelo trabalho, sempre almejando melhores condições de produtividade, mercado e promoção pessoal. O elo estabelecido com os técnicos dá a dimensão emancipatória ao agricultor que vive a luta permanente do trabalho árduo, ameaçado pelas constantes transformações. Quantos filhos puderam vislumbrar trabalho e produção na própria terra. Esse histórico tem agregado valores importantes na configuração do novo perfil do homem rural. Exemplo neste sentido é viabilidade de vários setores na região de Passo Fundo. Além da tradição no gado de corte temos o frango, a produção de leite, suinocultura, além dos consagrados investimentos em soja, milho, trigo, fontes primárias que agregam valor nas indústrias que sustentam nossa economia. Vale a pena o investimento na Emater, inserida definitivamente na vida da maioria rural dos gaúchos. Quando iniciei trabalho de repórter (1969), era ASCAR e fazia o trabalho de presença nas pequenas propriedades. Menciono a incansável Elma Matzenbacher na missão de orientar as famílias no campo. A coordenação regional da Emater, hoje, é presidida pelo competente Cláudio Doro.
Sanidade
O Colégio Brasileiro de Medicina Veterinária e Higienistas de Alimentos manifesta preocupação com o serviço fiscal da qualidade dos alimentos. A terceirização da fiscalização e testes de laboratórios químicos é inquietante muito mais pela evidente necessidade de recursos técnicos. A hora é esta para enfrentarmos a constante indagação sobre a sanidade e qualidade dos alimentos de origem animal. Para sair da crise no país, não se pode admitir mais a redução dos investimentos neste setor de laboratórios. O mundo importador está de olho. É imperativa a definição de critérios mais ambiciosos na sanidade de alimentos, o mote mais fiel de nossa economia, com perspectivas de rápida evolução.
Retoques:
* Ao sancionar e lei que regulamenta a profissão de empregado doméstico, a presidente Dilma está municiando valioso instrumento de justiça social.
* O professor Jorge observou muito bem o aspecto solidário que deve orientar a recepção dos imigrantes nos países mais ricos da Europa. Lembra que a riqueza abundante dessas nações do primeiro mundo, em grande parte teve origem na exploração de minérios e trabalho braçal da África. Empobrecidos, os filhos de espoliados agora merecem ajuda.
* O arcebispo Dom Paulo Evaristo Arns, aos 93 anos, é lembrado como prelado que liderou difícil resistência em favor dos direitos humanos durante a ditadura no Brasil. Mesmo sem apoio do grupo conservador da igreja, lançou a célebre campanha da “Ditadura, no Brasil, Nunca mais”! O gesto defendia a liberdade e integridade física dos cidadãos brasileiros.
* Já se ouviu dizer que a ciclovia na cidade de Passo Fundo causa problema para os automóveis. As pessoas também atrapalham os automóveis! As faixas de segurança, também incomodam. Como sofre este automóvel! Quem sabe pensamos sobre outro vértice, o de que o ser humano é o mais importante?