Desgaste
O deputado estadual Diogenes Basegio, PDT, corre sério risco de ter seu mandato cassado e encerrar a trajetória política da pior forma possível. Denunciado pelo ex-chefe de gabinete Neuromar Gatto, Basegio é alvo de uma investigação criminal por parte do Ministério Público Estadual, que ontem pediu a quebra do sigilo bancário dele (deputado) e do ex-assessor (denunciante). O caso também será levado à Comissão de Ética da Assembleia Legislativa. Da mesma forma, o Tribunal de Contas do Estado, revelou ter comprovado uso indevido do cartão de combustíveis por parte do parlamentar. A investigação no TCE vem desde abril deste ano e deve ser aprofundada a partir das denúncias tornadas públicas no domingo. Na entrevista que concedeu à imprensa, Basegio disse que estava sendo vítima de extorsão por parte de Gatto e por isso o demitiu. O deputado negou todas as acusações e afirmou que dinheiro que manipulava, mostrado pelas gravações, era seu.
Resposta
Mesmo que consiga provar que não tem envolvimento com as denúncias de irregularidades, o abalo político é inevitável. A resposta do público em relação às denúncias foi instantânea através das redes sociais. Na Câmara de Vereadores, os companheiros limitaram-se a defender o partido, enfatizando que a sigla está acima das pessoas. O presidente Márcio Patussi, chegou a postar no seu perfil em rede social a seguinte manifestação: “Eu que confiei nele – se sentindo com raiva.” A postagem foi retirada em seguida, mas não a tempo de ser copiada e compartilhada em outras redes. Patussi, no entanto, se encarregou de retirar todas as fotos em que aparecia com Basegio e pediu responsabilização se comprovada a culpa.
Comissão
E por coincidência do destino, o presidente da Comissão de Ética da Assembleia é outro passo-fundense, o deputado Juliano Roso, PCdoB. Só que ele não tratará diretamente do processo, porque o pedido de abertura de investigação, feito pelo presidente da Assembleia Edson Brum, será levado para analisa do corregedor da comissão que é o pedetista Marlon dos Santos. É ele quem vai dizer se arquiva a denuncia, impõe censura ao deputado, pede o afastamento até que as investigações sejam concluídas ou ainda formaliza o pedido de cassação. Nas primeiras três hipóteses, que decide sobre o parecer são os 12 deputados membros da comissão. Se o parecer indicar cassação, então a decisão caberá ao plenário.
De olho
O PDT sofreu dois baques em poucos meses: o primeiro foi a denuncia contra Gilmar Sossella, que chegou a perder o mandato e retornou ao Parlamento por força de uma liminar. Agora, a denuncia contra o deputado Basegio. Na escala de suplentes estão Vinicius Ribeiro, de Caxias do Sul, e Flávio Lammel, de Vicor Graeff.
Curioso
Quando presidiu a Câmara de Vereadores, em Passo Fundo, Diogenes Basegio mudou o regimento interno do Legislativo para garantir que o Neuromar Gatto assumisse como diretor geral. Na época, o regimento previa que o nomeado para este cargo deveria ter curso superior, o que não era o caso.
Nomes
Dificilmente o PDT optará por Basegio como candidato a prefeito em 2016. Ele próprio admitiu que a situação é delicada. Nomes não faltam ao partido. Dois históricos estão prontos para o desafio: Alberi Grando e Luiz Miguel Scheis.