O concurso da Companhia de Desenvolvimento de Passo Fundo (Codepas) foi suspenso por tempo indeterminado para apurar supostas irregularidades da empresa Legalle, de Santa Maria, na aplicação e avaliação dos testes práticos referentes à segunda fase do certame. A direção da Codepas já instaurou processo administrativo e encaminhou a documentação para a assessoria jurídica da Prefeitura Municipal. Caso se confirme as irregularidades, o concurso poderá ser cancelado.
A segunda etapa deveria ter acontecido no domingo passado (14/06). Conforme relatório elaborado por funcionários da Companhia, os avaliadores encaminhados pela empresa vencedora da licitação chegaram atrasados e não aplicaram nenhum tipo de teste aos candidatos às vagas de mecânico e eletricista. “Apenas registraram a presença deles e os dispensaram sem nenhum questionamento. Encaminhamos ofício à Legalle solicitando o tipo de teste e a metodologia aplicada por eles” afirma o diretor da Companhia, Tadeu Karczeski. A empresa tem o prazo de cinco dias para se manifestar.
Mesmo sem a comprovação da capacitação dos candidatos, Karczeski afirma ter recebido email da empresa homologando a aprovação dos três candidatos que restaram para o cargo de mecânico. “Resta saber se esta aprovação é referente à primeira ou segunda etapa, não ficou claro” observa.
Ainda no domingo, apenas alguns candidatos às vagas de motorista de ônibus realizaram os testes, enquanto os demais foram dispensados. Em nota, a empresa justificou a decisão em razão das más condições do tempo e indicou a retomada dos exames para os dias 27 e 28 de junho. A Codepas não confirmou a data e afirmou que o concurso está suspenso até apuração dos fatos.
Fiscais da Codepas que acompanharam a prova prática de motorista também relataram situações de irregularidades. No relatório, apontam que alguns candidatos cometeram erros considerados graves ao volante e, mesmo assim, prosseguiram na prova. O concurso da Codepas contou com 1.367 inscritos na disputa por vagas em 14 funções. Pelo contrato, a empresa vencedora da licitação tem direito a 80% do valor arrecadado com as taxas de inscrições, que variavam de R$ 15 e R$ 20. Até o momento, a Codepas já repassou R$ 12 mil à Legalle. Ainda na primeira fase do concurso, a empresa já havia se equivocado na divulgação do gabarito.
Em nota publicada no site da empresa, a Legalle justificou, entre outras considerações, “que os veículos disponibilizados pela Codepas para execução das provas práticas estavam em condições irregulares para proceder a avaliação dos candidatos”. Karczeski afirmou que pelo contrato, tanto os veículos como oficina as provas práticas de mecânico e eletricista eram de responsabilidades da empresa vencedora da licitação. Na nota, a empresa diz ainda que “o concurso está em fase de conclusão, sendo inquestionável os trabalhos até o presente momento, sendo possível homologar o concurso para todos os cargos, exceto àqueles que ainda dependem da prova prática”.
