Projeto da UPF trabalha com monitores das casas de acolhimento

O projeto, que existe desde 2005, e teve diferentes focos de atuação ao longo do tempo, contribui para a promoção, proteção e defesa dos direitos humanos dos grupos sociais que se constituem como seu público-alvo.

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O projeto de extensão Educação e Cidadania, ligado à Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários da Universidade de Passo Fundo (VREAC/UPF), está atuando desde o segundo semestre de 2014 com os monitores das casas de acolhimento institucional, mantidas pela Secretaria de Cidadania e Assistência Social (Semcas) de Passo Fundo, que abrigam crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. O projeto interdisciplinar envolve os cursos de Serviço Social, Jornalismo, Letras e Artes. O objetivo é promover o encontro entre os trabalhadores das casas de acolhimento (psicólogos, monitores e coordenadores) proporcionando uma interação para fortalecer a “reciclagem” pessoal e profissional. Além disso, a iniciativa pretende dar visibilidade ao trabalho desses monitores refletindo, assim, na qualidade do atendimento às crianças e aos adolescentes.
O projeto, que existe desde 2005, e teve diferentes focos de atuação ao longo do tempo, contribui para a promoção, proteção e defesa dos direitos humanos dos grupos sociais que se constituem como seu público-alvo, também opera na construção da cultura de direitos humanos junto à comunidade acadêmica - cursos e estudantes envolvidos na proposta.
Os monitores que trabalham nas casas de acolhimento são fundamentais para essas crianças e jovens que foram acolhidos após terem seus direitos violados de alguma forma. O projeto desenvolve uma série de oficinas de mídia e participam, ativamente, cerca de 15 monitores das casas de acolhimento Herbert de Souza e Roberto Pirovano Zanatta. As atividades são realizadas a cada quinze dias. “Reunimos os monitores durante uma hora e desenvolvemos dinâmicas de grupo através de textos e vídeos, por exemplo. Esses monitores trabalham com crianças e adolescentes que estão sob guarda judicial por algum tipo de infração de direitos, agressão verbal ou física, abuso. É um espaço para os monitores compartilharem experiências, refletirem sobre o trabalho”, explicou o coordenador do projeto, que é professor do curso de Letras da UPF, Hercílio Fraga de Quevedo.
O projeto identificou que esses monitores são, muitas vezes, invisíveis aos olhos da sociedade. “Quando o trabalho de um monitor é reconhecido, os resultados refletem em um melhor cuidado com as crianças. É um trabalho admirável e eles possuem muito carinho pelas crianças. Aplico dinâmicas de grupo planejadas e que fazem pensar as dificuldades do dia a dia e como superá-las”, ressaltou a acadêmica do curso de Serviço Social e estagiária do projeto, Karine Paludo.
Esse tema da invisibilidade social faz parte dos estudos da estagiária do projeto. “É um desafio, porque geralmente o trabalho de assistente social é focado diretamente com as crianças e eu resolvi atuar com os monitores. É um trabalho conjunto que, no final, beneficiará os monitores e qualificará o atendimento das crianças”, revelou Karine.
Maria Izolde Aquino foi monitora durante cinco anos e atualmente coordena a casa de acolhimento institucional Herbert de Souza. “O projeto é um apoio e força pra seguir em frente. É um trabalho que mexe muito com o emocional. É um projeto que veio para nos fortalecer. Os monitores se sentem mais confiantes e é um momento que colocamos nossas alegrias, tristezas e desafios. Grande parte da população não tem ideia do que é uma casa de acolhimento”, declarou Maria Izolde.

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