Retrocedemos
Para o Presidente da Mercedes –Benz no Brasil, que em recente entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, afirmou que “o país perdeu a previsibilidade com as mudanças nas premissas da política econômica. Voltamos uns 20 anos no tempo. O PSDB vota contra suas crenças e o PT também. Você acha que alguém vai se arriscar a investir?" O pessimismo do executivo é explicado pela queda de mais de 40% na venda de caminhões e pelo fim dos subsídios do governo para o setor automotivo. "É a pior crise dos últimos anos: volume caindo, preço estável e custos aumentando. Estou sendo espremido de todos os lados", disse Schiemer, que cortou 500 vagas no mês passado e diz que tem mais 2.000 funcionários sem trabalho na fábrica. Em uma crítica indireta à presidente Dilma, que culpa a crise internacional para todos os problemas vividos no Brasil o executivo destaca: "não sei onde enxergam crise lá fora. O que temos aqui é um problema caseiro". O executivo admite que a Mercedes – Benz atualmente vê o Brasil com mais "desconfiança".
Placar da rodada: Inflação sobe, Dilma desce
Segundo o ex-presidente Lula o PT fez uma pesquisa na região do ABC paulista “acabamos de fazer uma pesquisa em Santo André e São Bernardo, e a nossa rejeição chega a 75%. Entreguei a pesquisa para Dilma, em que nós só temos 7% de bom e ótimo”. Ao invés de puxar a inflação para o centro do meta, é a popularidade da presidente Dilma que está próxima. A inflação medida pelo IBGE em maio atingiu 8,47%.
Boletim Focus
Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central na última segunda-feira, prevê avanço maior, pela décima semana seguida, da inflação neste ano, o índice passou de 8,79% para 8,97%. Já a projeção para o crescimento do PIB em 2015 sofreu nova redução, passando de -1,35% para -1,45%. A estimativa para a taxa Selic no final do ano avançou de 14% para 14,25%.
Alivio
Em abril, o rombo nas contas correntes (fluxo de pagamentos com o exterior, menos entrada e saída de capitais) foi de US$ 6,9 bilhões. Em maio, caiu para US$ 3,4 bilhões, menos da metade do resultado de maio do ano passado (US$ 7,9 bilhões). A melhora no rombo nas contas corretes pode ser explicado em parte pelo ajuste do câmbio que provocou a alta do dólar, de 16%, desde janeiro.Com isso importar ficou mais caro em reais e exportações, mais baratas em dólares. O efeito sobre a balança comercial é visível. O déficit comercial, que fechou o ano passado nos US$ 3,9 bilhões, começa a virar. No acumulado do ano, estava ainda no vermelho em maio (-US$ 2,3 bilhões), mas, pelos números divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, acumulou até a terceira semana de junho US$ 914 milhões, já positivos. As projeções do Banco Central para 2015 são de superávit de U$ 3,0 bilhões.
Reflexão
O Ministro Joaquim Levy, fez uma analogia ao escritor Machado de Assis ao comparar a ressaca à água que vai e volta. “É como aquela situação em que a força da água que puxa volta. Isso tem afetado decisões, perspectivas e a confiança na economia, mas existe uma vantagem. A ressaca passa. A gente tem de se preparar e não deixar o barco bater nas pedras. Sem muita marola é o que eu diria”.
Adriano é Coordenador do Curso de Administração da IMED