Iniciou na manhã de ontem (25) a greve dos servidores do Judiciário estadual. Na Comarca de Passo Fundo apenas 30% dos funcionários estão trabalhando. Depois de uma assembleia geral, realizada em Porto Alegre na sexta-feira (19) com cerca de mil servidores de todo o Estado, a categoria decidiu pela greve. De acordo com a servidora e representante sindical da Comarca, Adriana Fátima Karpinski Junges, o motivo é a falta de valorização que o Tribunal de Justiça está tendo com a categoria. “A nossa indignação maior é que o Tribunal concede aumento aos magistrados e não aos servidores. A nossa briga não é com advogados, com a população, com os magistrados. É com a administração do Tribunal da Justiça”. O último reajuste do salário dos servidores foi feito no ano passado, a reposição da inflação, que ficou em torno de 7%, parcelado em 3 vezes.
A categoria reivindica: reposição salarial de 15%, redução da jornada de trabalho, construção de um Plano de Cargos e Salários negociado com os servidores, definição de um calendário de reposição das perdas salariais e um reajuste do auxílio alimentação no valor pago aos juízes, R$ 799,00. Será garantido, ao longo de toda a greve, o funcionamento mínimo, previsto em lei, de 30% do efetivo dos cartórios para atendimento de cargos urgentes. A paralisação não tem data para terminar. Segundo a oficial escrevente do Fórum, Laziane Menezes, o número de processos em andamento na Comarca é de cerca de 110 mil e, por enquanto, não há previsão de suspensão de prazos.
No Estado
A estimativa é de que cerca de 60% dos servidores estejam parados nas Comarcas do Interior e da Capital. Em Porto Alegre, há ações em diversos locais de trabalho, mas o principal ponto de mobilização é o Prédio II do Foro Central (Rua Manoelito de Ornellas, 50, próximo ao shopping Praia de Belas), onde, no início da manhã de ontem, mais de cem trabalhadores se aglomeraram na entrada.
Greve dos residentes
Os médicos-residentes do Hospital São Vicente de Paulo também entraram em greve na tarde de ontem (25). Entre as reivindicações estão a exigência de preceptores na emergência 24 horas por dia e auxílio-moradia. A adesão é de todos os residentes, cerca de 100 pessoas. A paralisação não tem previsão para acabar.