Operação Raposa
Parece que nada mais assusta a opinião pública diante de tantos engenhos de corrupção denunciados em investigação. A própria corporação símbolo da segurança e retidão, que é o Exército, anda às voltas com investigação sobre tráfico de influência na aprovação do material de proteção aos carros blindados. Ao que tudo indica trata-se de circunstância pontual que logo será esclarecida por apuração interna. Não abala a instituição de tradicional credibilidade, mas aponta a obviedade frenética de agentes públicos e privados que parecem nada temer nesta saga do lucro ilícito. Esta é a perplexidade. O fato de vir à tona uma série de denúncias é a novidade saudável aos tempos que sacodem o campo da responsabilidade oficial e da própria sociedade civil. A acusação contra a compra de frango para a merenda escolar, que aponta o custo para uma prefeitura de R$ 11,30 o quilo de 25 toneladas adquiridas mediante licitação é afronta à percepção de qualquer cidadão. E as empresas fornecedoras flagradas cometem o desplante de explicar que se trata do custo do frete. Óbvio que não! O custo plausível não ultrapassaria os cinco reais. Escândalo escancarado (reforçamos de propósito)! Toda a estrutura de licitação de nada serviu para salvar a honra do dinheiro público. As memoráveis expressões de Leonel Brizola sugerem que a fraude foi praticada por raposas escaladas para cuidar das galinhas. Por isso, a verossimilhança do caso desta inusitada compra de merenda pode muito bem ser denominada “Operação Raposa”.
Palha nos chifres
As denúncias contra o deputado Diógenes Basegio, analisadas pela Comissão de Ética da Assembléia gaúcha que conclui relatório pelo processo de cassação do parlamentar. Parece, no entanto, que a questão da retenção fraudulenta da remuneração dos assessores deixou a desejar no mesmo relatório. A apuração dos fatos, com base em denúncias e provas claras parece que atinge uma circunstância que não é exclusividade do gabinete visado. A prática já vem indicada no julgamento do deputado Gilmar Sossela, atualmente em grau de recurso judicial. A generalização desses casos é o pior que possa acontecer. Há suspeita de que a influência do corporativismo dificulte a clareza da investigação. Por isso os pares no parlamento gaúcho deverão retomar o assunto, para evitar que se instale postura já advertida há séculos por Horácio: “Foenum habet in cornu” (tem palha nos chifres). A advertência compara a suscetibilidades recomendadas a uma tropa de bois, onde os animais traziam os chavelhos envoltos em feno ou palha para não ferirem gravemente um ao outro. A antiga advertência, mais do que grosseira, é indicativo de uma dificuldade que os deputados devem superar neste entrevero de interesses.
UBS Debastiani
A inauguração da Unidade Básica de Saúde Jaime Debastiani, no bairro Jerônimo Coelho é a conclusão de obra significativa, planejada na administração anterior e concretizada no atual governo municipal. Rara felicidade foi a denominação de Jaime Debastiani, médico humanitário e vereador que dedicou sua breve existência ao atendimento do povo, especialmente pessoas mais humildes.
Retoques:
* A equipe composta por representantes do Ministério Público da comarca, conselhos de educação e outras representações de pais, alunos e professores trabalha firme para manter a educação e ensino como prioridade da sociedade. É isso mesmo. O ideal da educação não é propriedade de palanque partidário, mas é ferramenta inarredável da sociedade para as urgentes transformações. É a construção dos elos entre família, criança e adolescente com base nos fundamentos da dignidade.
* O combate à desigualdade precisa lançar luzes sobre fatores da potencialidade dos alunos e bases de respostas. Pesquisas apontam que escolas onde professores atuam com os alunos com mais dificuldade tem obtido um resultado melhor.
* O Coral Ricordi D’Itália promove o jantar e baile, dia 10 deste mês, com a banda Gato Preto, no Clube Caixeiral. Todos os membros do Coral oferecem ingresso, informa a presidente Glaci Bortolini (fone 3045 6260, celular 9912 1585).