Considerada uma das praças mais bonitas da cidade, a Praça Tamandaré é conhecida pelas folhas de plátano que caem das árvores e se acumulam nas calçadas. Plantados em 1916, três anos depois de a praça ser constituída, os plátanos estão perto de completar cem anos e, desde o último sábado, 4, estão sendo revitalizados em um processo que reúne mais de oito entidades. Os trabalhos envolvem a poda das árvores, retiradas de ervas e galhos secos e terão continuidade nos dias 11 e 18 desse mês.
Desde o ano passado, o Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas e a Associação Amigos da Praça Tamandaré vem se reunindo com o Ministério Público para dar início ao processo de revitalização dos plátanos, necessidade indicada através de um estudo realizado pelo Grupo. No final de junho, uma reunião deu início à parte prática do projeto e se uniram ao Gesp e a AAPT, a Secretaria de Segurança Pública, Secretaria de Meio Ambiente, Secretaria de Trânsito e Serviços Gerais, RGE e o Conselho Municipal de Arborização Urbana. “Nessa primeira fase, retiramos as ervas de passarinho e podamos alguns galhos secos. Percebemos que será um processo bastante demorado porque exige um equipamento especial, já que as árvores são muito altas. Ainda iremos trabalhar em dois outros dias, mas existe a possibilidade de estendermos o processo”, comenta Paulo Fernando Cornélio, representante do Gesp. Para concluir a retirada das ervas, a equipe, que contou com a presença de mais de 20 pessoas, utilizou dois caminhões de Linha Viva, com capacidades para 25 e 12 metros de altura, disponibilizados pela RGE.
A ação de sábado, realizada nas ruas Uruguai e Marcelino Ramos, chamou a atenção da população. “Ficamos bastante felizes e surpresos porque a comunidade está bem sensibilizada para a revitalização da Praça Tamandaré. Os moradores dos prédios mais altos, que conseguiam enxergar de suas casas a situação das árvores, nos parabenizaram pela ação. Todos os que viram a equipe trabalhando no sábado quiseram saber o que estava acontecendo, já que as ruas foram bloqueadas por segurança, e concordaram com a ação”, complementa Cornélio que acrescenta, ainda, que, depois da revitalização deste ano, as próximas ações vão envolver a retirada e replantio das árvores. “Os plátanos tem uma duração média de 120 a 125 anos. A Praça Tamandaré começou a ser constituída em 1913 e as árvores foram plantadas em 1916, então estão quase completando 100 anos. A ideia é que no próximo ano sejam pensadas ações de retirada de algumas árvores bem deterioradas e replantio dos plátanos”.
Diante da possibilidade de ampliação da duração do processo, a equipe de trabalho ressalta que a revitalização busca melhorar a qualidade estética e ambiental da primeira praça da cidade, já que as ervas encontradas são capazes de secar os tradicionais plátanos. “A Praça tem uma referência para a cidade, é simbólica. E todos conhecem a Praça pelos plátanos, então acaba sendo um patrimônio não só ambiental, mas social, cultural e histórico. É preciso revitalizar e cuidar para que esse patrimônio continue fazendo parte da identidade da cidade”, conclui Cornélio.