Pronto Socorro de Fraturas pode deixar de atender pelo SUS

Atraso no repasse do SUS está inviabilizando atendimentos em diversos hospitais gaúchos

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Presidente do Conselho entregou documentos ao TJPresidente do Conselho entregou documentos ao TJ
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O Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS) ingressou na segunda-feira (6), no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, com pedido de liminar em Mandado de Segurança Coletivo para que o Governo do Estado regularize os pagamentos em atraso a partir do mês de maio. Segundo o presidente do Cosems/RS e secretário da Saúde de Canoas, Marcelo Bósio, a ação visa regularizar as transferências de recursos de caráter vinculado às Secretarias Municipais de Saúde e às instituições privadas sem fins lucrativos – os hospitais filantrópicos – que atendem ao Sistema Único de Saúde (SUS) através de convênios.

A falta dos recursos vem trazendo gravíssimas dificuldades aos municípios na manutenção de ações de saúde pública, principalmente no atendimento da Atenção Básica, nos serviços de urgência e emergência, no Serviço Móvel de Urgência (SAMU), nas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), nos Centro de Atendimento Psicossocial (CAPSs), entre outros. Para Bósio, cabe ao Gestor Estadual a definição de prioridades, que, neste caso, são hierarquizadas através da Constituição Federal e da Lei Orçamentária Estadual. “A garantia do acesso à saúde deve ser a prioridade das prioridades, pois a vida deve ser preservada com dignidade”, afirma.

Em Passo Fundo, o Pronto Socorro de Fraturas (PSF) que atende pacientes do Sistema Único de Saúde não está descartando a possibilidade de reduzir os atendimentos. O momento ainda é negociação, segundo informou a assessoria de marketing da instituição, e a expectativa é que até a próxima sexta-feira (10) a situação tenha uma resolução, seja ela a manutenção dos atendimentos ou a suspensão.

Situação está ficando precária
Ainda de acordo com Bósio, a ausência da regularidade dos repasses vem precarizando a prestação dos serviços de saúde pública, podendo levar, a curto prazo, a um colapso no sistema, o que trará prejuízos irreparáveis à população. Desde o segundo semestre de 2014 há atrasos nos repasses de responsabilidade do Estado, contudo, a partir do mês de maio a situação tem gerado a insustentabilidade do ponto de vista operacional. As parcelas referentes aos meses de maio e de junho de 2015 estão atrasadas, o que vem ocasionando a interrupção do atendimento no SUS em diversas localidades.

O repasse de R$ 27 milhões às Secretarias Municipais de Saúde que foi divulgado na semana passada pela Secretaria Estadual da Saúde, conforme o presidente do Conselho, sequer ameniza a gravidade da situação que está sendo enfrentada pelos municípios. “O pedido de liminar no Mandado de Segurança coletivo tem por objetivo colocar a Saúde no mesmo patamar de prioridade e importância das demais ações constitucionais”, disse. “Precisamos e exigimos que os repasses que são da Saúde por direito estejam garantidos acima de qualquer outra prioridade, tendo em vista que toda a população depende deste atendimento.”

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