Cenas dos próximos Capítulos
Enquanto a novela política e econômica brasileira é tomada por histórias de mocinhos e bandidos, certo e errado, corrupto ou certinho, ideológico ou real, observo alguns recortes que me fazem pensar no que podemos esperar para o final desse romance...
Enredo previsível?
O Boletim Focus dessa semana, divulgado no dia 06 de julho de 2015, traça um cenário de elevação da inflação e da taxa Selic. Os economistas das instituições financeiras elevaram novamente a perspectiva da taxa básica de juros que deverá atingir 14,50% até o final de 2015, contra 14,25% da semana anterior. A previsão é de que o Comitê de Política Monetária (Copom) aumente em 0,5% a Selic, atualmente em 13,75%. A pesquisa também apontou piora do cenário para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2015 pela 11ª semana seguida, com a projeção subindo 0,03% e chegando a 9,00%.
As movimentações atípicas
Em depoimento à CPI da Petrobras, o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), Antônio Gustavo Rodrigues disse que, nos 267 relatórios produzidos pelo órgão às autoridades da Operação Lava Jato, movimentações atípicas foram investigadas e atingiam R$51,9 bilhões. Rodrigues afirmou que, dos R$51,9 bilhões movimentados em operações financeiras monitoradas para a Operação Lava Jato, R$1,381 bilhão foi de dinheiro em espécie.
O impeachment – drama instaurado
Com relação ao impeachment da Presidente Dilma, somente será consumado ao acontecer um acordo político em Brasília. Esse acordo passaria por um entendimento de cavalheiros entre o PSDB e o PMDB. Para que isso aconteça, o Senador Aécio Neves deve concordar com que Michel Temer conclua o mandato no lugar de Dilma. Aécio é contrário, defende o afastamento de Dilma e Temer e a convocação de novas eleições, onde teria grandes chances de vencer. Tudo isso antes de 2018, pois se esperar até esta data, Alckmin reivindicaria sua vaga de candidato a presidente pelo PSDB, frustrando o sonho de Aécio. A sugestão é: aguardar a cena dos próximos capítulos.
A economia e o sonho do “mocinho”
O sonho de Aécio Neves é embalado por uma combinação de vários fatores, entre eles, as pedaladas fiscais, que o Tribunal de Contas da União (TCU) deverá julgar durante esse mesmo mês de Julho, o parecer do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) referente ao recebimento, pelo comitê de campanha de Dilma, de recursos oriundos do petróleo, além, é claro, da desaceleração econômica e da inflação em alta que atingem a classe assalariada. Como figurantes de cena, aparecem os beneficiários do bolsa família que não conseguem manter o mesmo padrão de consumo de dois anos atrás e precisam escolher o que é extremamente necessário para sua subsistência.
FHC e o banho de água fria!
No último final de semana, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) chamou as oposições para a briga: “Chegamos a tais medidas e ao descalabro atual porque os governos lulo-petistas foram irresponsáveis, não se preocuparam em controlar o gasto público e enganaram o povo, enveredando pela megalomania. Os royalties do pré-sal, diziam, vão resolver os problemas da educação, faremos ao mesmo tempo o trem bala, a transposição do São Francisco, a Norte-sul e a Transnordestina, sem falar nos 800 aeroportos! Concessão de serviço público é coisa de vende-pátria neoliberal. Daremos empréstimos no FIES e no Minha Casa Minha Vida, as bolsas acomodarão os miseráveis e o BNDES dará subsídios em abundância aos empresários. O Tesouro pagará a farra”, disse em discurso publicado. Isso poderia ser o que o autor planejou para o gran finale, mas infelizmente, o enredo da “vida real” fez o drama tornar-se desesperador.
Final feliz é coisa de novela?
Os dados do Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese), referente aos anos de 2010 e 2012, demonstram que Passo Fundo foi o município que mais cresceu. O resultado de 0,778 acima da média estadual demonstra e coroa a gestão do Prefeito Dipp (2009/2012). Por todas as iniciativas tomadas em prol do desenvolvimento econômico e na geração de emprego e renda e apesar de todas as críticas e desafios, Dipp se manteve firme em suas convicções e no projeto que liderou. Os resultados plantados seriam colhidos a médio e longo prazo, projeto de futuro para as futuras gerações. Nenhum espetacular final, mas a consagração de que política não acaba em um ou mais mandatos. A política, a economia, seus recortes e suas histórias são interfaces de uma vida toda...
Adriano é Coordenador do Curso de Administração da IMED