Só o emprego traz solução
Emprego significa comida na mesa e acesso a grande parte dos pressupostos de dignidade. A massa trabalhadora recém alcançava seu maior trunfo que instrumentalizava as campanhas salariais indicando ascensão de renda. Os planos governamentais de crédito a inativos e projetos habitacionais aceleraram a marcha favorável aos assalariados diante de uma nova demanda pela mão de obra. Como conseqüência a economia do país construía o eixo capaz de uma correlação de forças, embora a ausência histórica da falta de aperfeiçoamento profissional. Avançava uma situação de equilíbrio entre a oferta e demanda nos serviços. Subitamente, uma nação com elevado grau de empregabilidade sente os prenúncios de uma crise inexorável. O primeiro impacto assola a indústria automobilística, exageradamente privilegiada entre as opções pelos investimentos estrangeiros. Na zona do supérfluo acolhemos monstrengos da economia consumista. A tecnologia de produção e pesquisa perdeu terreno ante os holofotes centrados no automóvel. Neste passo não tivemos ponderações de um estado arrecadador. Demissões em massa clamam por novas manobras presas ao mesmo elo de produção, impregnado na cultura brasileira. Salvar a indústria automobilística torna-se imperativo em nome da necessidade de emprego. Só o aperto de uma população endividada está obrigando à mudança de costumes.
Atenção
É preciso prestar atenção no movimento inverso ao otimismo que embalou os tempos mais recentes. Todos os problemas, inclusive as graves implicações de corrupção que abalam nosso orçamento público, podem contar com o potencial e otimismo do Brasil, se o desemprego não afligir com maior violência a sociedade. O desemprego tem uma corrosão rápida e pode levar à convulsão social, coisa que é muito mais grave do que as manifestações de rua sem foco. A situação é contornável, principalmente por que temos uma agropecuária emergente e que realmente produz, sem o percentual danoso das famigeradas transferências internacionais. Não pretendo fazer apreciação que pertence aos economistas, mas estamos cumprindo obrigação de escriba que observa a sensação epidérmica dos operários chefes de família.
Política vazia
Convenhamos, se o sobressalto da crise brasileira atinge a organização política (partidária), não adianta alvejar culpados a esmo. É culpado o PT que não cuidou dos cofres públicos e é também culpada a oposição pela cumplicidade, perdida em interesses eleitorais e até agindo, com surpreendente conivência, na dilapidação do dinheiro do povo. Além disso, em meio à necessidade de interesses urgentes da nação, o palco das discussões desvia o vértice dos debates para discutir questões de oportunismo e sabor de eminências como o presidente da Câmara Federal, empolado em vitórias de plenário, cortinas de fumaça! Será que a política adoece as pessoas?
Retoques:
* O pódio da corrupção volta a colocar o escândalo revelado pela Operação Lava Jato em primeiro lugar, com novas revelações de desvios. Fala-se em 50 bilhões! Isso seria dinheiro para projetar o ensino brasileiro no mundo!
* A Grécia já sabe o que pode acontecer, com ou sem o Euro. Terá que espremer o povo. Uma delas é a reforma das aposentadorias. A crise é profunda (bathüs)!
* Se no Brasil precisamos agir na retomada, que dizer da catástrofe dos habitantes da faixa de Gaza, onde Israel lançou bombas arrasando hospitais, escolas e residências? A sobrevivência espera há mais de um ano sem sinais de reconstrução. E foram 1.800 mortos nesta frente de ódio entre judeus e palestinos, aliás, primos entre si.
* O 1º Festival de Massas de Passo Fundo terá jantar e baile nesta sexta-feira, dia 10, no Clube Caixeiral. É o Coral Ricordi D’Itália que celebra seu jubileu de prata. Banda Gato Preto. Será uma bela festa! Ingressos ainda estão à venda!
* Mesmo que a Rede Globo tenha capitalizado para sua imagem, no episódio de discriminação à apresentadora do tempo – A jornalista Maju – É importante perceber que a igualdade ganhou espaço. E a Maju continua bela!