O número de atendimentos nas emergências, nas últimas semanas, está além da capacidade dos hospitais. Só no Hospital da Cidade (HC) estão sendo realizados cerca de 130 por dia, quando o número normal fica em torno de 90. De acordo com o coordenador da emergência do HC, Rodrigo Latuada, a situação se agrava nesta época do ano. “No inverno há muita procura de crianças e idosos. São os extremos: a criança que tem a sua imunologia em formação e o idoso que a está perdendo. É muita pneumonia, gripe, crianças e idosos com crise asmática e bronquite”. O Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) também teve um aumento significativo no número. São em média 190 atendimentos diários, um acréscimo de cerca de 15%. Dos adultos, os idosos são a grande maioria, já que estes ficam mais sensíveis no frio. Doenças respiratórias e suas complicações são as mais comuns. A situação acaba resultando na falta de leitos. “O inverno está intenso esse ano, então tem bastante gente internada. Estamos sempre lotados, tanto na CTI quanto na emergência”, explica Latuada. Além das baixas temperaturas, a redução ou até mesmo o cancelamento de atendimentos pelo SUS em hospitais da região contribui para o quadro. “As entidades filantrópicas ao redor de Passo fundo tem fechado o atendimento SUS, então todo mundo tem vindo procurar aqui. Esse inverno estamos lotados ao quadrado, porque além de atender toda a população de Passo Fundo, estamos atendendo a região. Não que a gente não fizesse isso antes, mas agora é muito mais”, ressalta ele. Pacientes de Ijuí, Carazinho e de outros municípios ao redor de Passo Fundo tem passado a frequentar a emergência daqui.
Unidade de Pronto Atendimento
Segundo Latuada, a solução para diminuir a superlotação seria a construção de uma UPA, Unidade de Pronto Atendimento, que ainda não existe no município. “É uma vergonha porque Passo Fundo é um dos polos de saúde do Rio Grande do Sul”. A unidade seria responsável por atender casos mais simples, como nebulização ou consultas para entrega de antibióticos. Assim, a emergência poderia focar nos atendimentos mais graves, como paradas cardíacas e infartos. “Os casos simples teriam que ser nessa unidade, para que ela pudesse avaliar o paciente e caso ele possuísse critérios de internação aí sim nos encaminharia”. No entanto, como Passo Fundo ainda não possui uma UPA, a recomendação é que as pessoas procurem a emergência do hospital somente quando possuírem sintomas mais graves, como muita febre, falta de ar e chio no peito. Para sinais de gripe, como coriza e dor no corpo, o posto de saúde pode resolver.