O Pronto Socorro de Fraturas (PSF) amanheceu de portas fechadas, nesta quarta-feira. O local, que fazia atendimentos de traumatologia e ortopedia para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), perdeu o vínculo que permitia que firmasse contrato com o Estado para o repasse de recursos. Sem estes valores, o Pronto Socorro, que funcionava há mais de 40 anos, deixou de realizar atendimentos desde ontem. Por conta disso, todos os 15 funcionários foram demitidos e na entrada do prédio foi fixada uma faixa indicando aos pacientes de Passo Fundo que procurem a Secretaria Municipal de Saúde, e para os pacientes de outros municípios, que procurem a 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS).
São dois os motivos que levaram a esta situação: a primeira é que os serviços de fisioterapia, que eram a maioria dos atendimentos do PSF, estão sendo municipalizados; a outra, é que os demais procedimentos são de alta complexidade e precisam ser realizados por uma instituição hospitalar, segundo esclarece o coordenador regional de Saúde, titular da 6ª CRS, Douglas Kurtz. “O que está acontecendo é que o PSF não tem mais contrato com o Estado e teria que se tornar um serviço terceirizado para continuar funcionando”, explica Kurtz.
Neste ponto, segundo o coordenador de Saúde, existiria uma negociação com o Hospital da Cidade, uma vez que o IOT (Instituto de Ortopedia e Traumatologia) já teria feito esta transição, passando a atender como terceirizado do Hospital São Vicente de Paulo. “O mesmo que aconteceu com o IOT teria que acontecer com o PSF para que continuasse atendendo. Existe, porém, uma tendência de que as consultas nestas áreas sejam absorvidas pelo Hospital da Cidade, já que a fisioterapia está sendo municipalizada”, argumenta.
Municipalização dos serviços de fisioterapia
Para o coordenador, a grande questão do encerramento das atividades do PSF está no serviço de fisioterapia, pois com a municipalização, o recurso sai direto do Ministério da Saúde para o Fundo Municipal da Saúde. Com isso, a única forma de continuar atendendo seria participando do processo de chamamento público que deve ser feito para o cadastramento dos serviços. “A partir de agora, quem vai fazer a contratação para estes procedimentos será o próprio município. Isso não é só aqui, é em todos os municípios, que estão assumindo este serviço. Estamos num período de transição”, afirma.