OPINIÃO

Coluna Celestino Meneghini

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O diabo é culpado de tudo

A mistura pérfida do preconceito religioso, fundamentalista, falso moralista, nazista, além de encobrir o foco da necessária investigação dos crimes de corrupção, torna-se instrumento desrespeitoso à liberdade de vida do ser humano. Podem anotar aí: nos tempos de crise e desemprego, moralismo sobre opção sexual esconde algo muito grave! Isso pela singela razão que ninguém é criminoso por atitude congênita. Não se pode dizer que gays sejam desonestos e heterossexuais são honestos, ou vice-versa! A opção sexual não fere, por si só, a vida alheia. Não rouba o dinheiro da merenda escolar, não dilapida finanças de hospitais, não adultera o leite que consumimos, não desfalca o INSS, nem rouba da Petrobras. A discussão sobre a hermenêutica de cada religião ou crença deve ficar restrita à própria igreja. Não pode sobrepor-se à urgência que tem o Brasil de recuperar sua dignidade estatal e garantir a redistribuição de renda. Aqui e acolá temos visto observações insustentáveis de reprodutores do fascismo reclamando do espaço dado a grupos excluídos. Há também o grito inconseqüente que repele a pregação dos líderes religiosos mais compreensivos e lamenta suposta perseguição aos heterossexuais. Parecem assustados, perplexos...Ou não se garantem perante um movimento gay. O que é isso? Pra que invocar até o demônio nesta história?

José Dirceu
Aquele jeito simples de andar e um discreto sorriso ao rumar para a penitenciária, e a fleuma diante da reprimenda na sentença do mensalão, a vestimenta modesta, disfarçavam um milionário. José Dirceu quase comoveu a nação ao pleitear emprego modesto num hotel, para cumprir prisão albergue. No entanto, o dinheiro jorrava a seu favor. Sua empresa de consultoria fazia milagres através da fonte inesgotável de fornecedores.

Garagem da Dinda
Collor de Mello e companhia, e todos, inclusive a presidente Dilma, partem de um mesmo princípio. Delator não merece crédito. No caso, se pode questionar tais depoimentos, mas quando há provas é diferente. Das garagens de Collor a Polícia Federal recolheu Lamborghini, Ferrari, Posche e outros pertences de alto luxo. Júlio Camargo, executivo da Toyo Setal disse ao juiz Sergio Moro que entregou dinheiro vivo a José Dirceu. Se isso for comprovado, não adianta desqualificar delatores, por mais duvidosos que sejam.

Absolutismo
No último dia 14 todos celebraram o feito histórico da Tomada da Bastilha ou Queda de Bastilha (1789). A fome do povo que vivia as atrocidade da regência do Cardeal Richelieu motivaram a tomada da prisão que segregava intelectuais que não compartilhavam com o poder opressor. A França estava imersa na corrupção, mas a revolta popular estabeleceu o fim do absolutismo. Até ali as elites mandavam e desmandavam. Era o poder absoluto dos nobres e da Igreja Católica, que estabelecia a lei do cetro “The king can do not Wrong” – o rei nunca erra. O que chama atenção é o valor que a humanidade sempre deu à liberdade. Quantas vidas foram sacrificadas para a liberdade e igualdade mínima das pessoas.

Retoques:
* O verbo perder é irregular. E não consigo absorver a expressão repetida pelos apresentadores da TV que anunciam manchete e advertem “Não perde nosso próximo assunto!” É imperativo negativo e a regra gramatical ensina que se diz “não perca”. O pessoal da rádio fala corretamente. “Não perde”, simplesmente é narrativo (pres. Ind.) e não imperativo (que se conjuga como o pres. do subj.). Quem estudou no curso ginasial, antigo, sabe disso!
* Algumas entidades estão preocupadas com a falta de acompanhamento dos imigrantes que chegam ao Acre. A maioria vem de modo irregular ao sabor de coiotes que se aproveitam dessa gente. A recepção deve incluir exames sanitários para evitar propagação de doenças. Ainda, é urgente que sejam tomadas informações de segurança, para evitar que criminosos entrem disfarçados no país.
* Hoje é dia de jantar especial de inverno entre confrades da Mesa Um do Bar Oasis. O empresário Dr. Júlio Mumu será o anfitrião.

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