A “Questão Indígena” foi tema de palestras promovidas pelo Sindicato Rural de Passo Fundo, na noite de terça-feira, 14. Cerca de 200 pessoas participaram do evento, realizado na sede do Sindicato, e que contou com a presença do policial federal aposentado, Alexandre Nogueira, e do procurador do Estado do Rio Grande do Sul, Rodinei Candeia. Os palestrantes trataram com os agricultores sobre as razões e origens do problema e as ações necessárias para que o assunto possa ser resolvido. “Nenhum produtor rural quer ficar vulnerável a esta questão e perder suas terras em uma causa que não é justa. Precisamos estar atentos a este assunto e, por isso, decidimos pela promoção deste debate”, disse o vice-presidente e coordenador da Comissão de Mobilização do Sindicato Rural de Passo Fundo, Jair Dutra Rodrigues. “Este é um assunto que ainda nos preocupa muito, especialmente pelas ações que os índios ainda podem promover, visando a reivindicação de terras. Estamos refém desta situação”, declarou o membro da Comissão de Mobilização e da diretoria do Sindicato Rural, Erny Lago.
Durante sua fala, Nogueira explicou como acontece a atuação da polícia federal nas questões indígenas e, ainda, suas experiências durante conflitos. Para ele, a atual política indigenista não resolverá o problema relacionado a posse das terras. “A sociedade e o estado precisam ver o índio de forma diferente do ano de 1500. Hoje, estão praticamente integrados à sociedade e têm necessidades iguais a todos. Não é tirando a terra do agricultor e criando novas reservas indígenas que o problema será resolvido. Os índios não só querem como já estão inseridos na sociedade de consumo”, comentou.
Já Candeia destacou questões que, segundo ele, foram idealizadas por interesses políticos e não refletem a realidade das comunidades indígenas que vivem, hoje, no estado. O procurador apresentou dados com o recente aumento da população indígena que, conforme destacou, é reflexo dos benefícios oferecidos pelo Governo Federal. Também apontou a força de segurança dentro das áreas indígenas e sobre a própria cultura deste povo. “É preciso trabalhar com a realidade dos fatos e não idealizações”, comentou. O palestrante também tratou de questões jurídicas e apresentou novas visões sobre o assunto com todos os participantes.