Música e sensibilidade

As aulas, que acontecem todas as semanas, ajudam a descobrir talentos e a desenvolver habilidades na APAE

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A intenção é montar um coral para futuras apresentaçõesA intenção é montar um coral para futuras apresentações
A intenção é montar um coral para futuras apresentações
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Todas as terças-feiras, por volta das 8h, a sala se enche de canto e de concentração. Depois de um breve aquecimento, a professora e os alunos soltam as vozes que compõem as mais diferentes melodias. As aulas do coral são desenvolvidas pela Apae de Passo Fundo desde fevereiro e envolvem desde o grupo de ciclos de aprendizagem até as equipes das oficinas de convivência e a Educação de Jovens e Adultos. Todas as semanas, esses alunos têm aula de educação musical, onde aprendem os parâmetros do som e o básico para poder tocar um instrumento no futuro. Aqueles que têm interesse, que gostam de cantar e querem se desenvolver nessa área, participam do coral, uma aula a mais por semana. É uma reunião de canto e de talento. As deficiências visual e intelectual não impediram Andrieli Teixeira, 19 anos, de desenvolver a habilidade de cantar. Desde pequena a música fez parte da sua vida e foi na instituição que pode expandir o talento. “Eu me sinto muito feliz aqui, a música me traz muitas lembranças”. Com o incentivo da mãe, companheira de vida e de som, Andrieli participa da Apae desde os 11 anos. A música, que a princípio servia para acalmar, hoje encanta quem para pra ouvir. “Como ela tem deficiência, a gente sempre fez algumas coisas para ela ficar mais calma. Então eu sempre coloquei música pra ela escutar no berço, era o que a acalmava. Com o tempo começamos a notar que ela gostava de cantar”, explica a mãe, Adriana Aparecida Teixeira. “A gente sempre incentivou, tanto que quando nos mudamos para Passo Fundo, a primeira coisa que eu perguntei quando trouxe ela na Apae daqui foi se eles tinham atividades de canto”.

Mas não são apenas os alunos que ganham. A professora de música, Jaqueline Drum, explica que, além de um desafio diário, o trabalho traz benefícios para ambos os lados. “Todos os dias eu me deparo com várias limitações. Em qualquer ambiente se tem dificuldades, mas aqui cada um tem uma dificuldade diferente, então eu tenho que desenvolver a habilidade de lidar com isso, de ajudar eles da maneira que eu posso. E eles mesmos se ajudam, eles têm uma capacidade de convivência muito boa. É um aprendizado para mim e um desafio diário de fazer com que eles descubram esse talento”. Foi um vídeo publicado na página do Facebook da instituição que mostrou o talento de Andriéli para o mundo. E a intenção é de que outros alunos se motivem a participar cada vez mais. “A música não pode ficar escondida. Todos os alunos têm algum tipo de talento, todos têm alguma habilidade. Nós identificamos primeiro na Andrieli esse grande talento para cantar e aproveitamos para fazer esse vídeo que ficou tão legal e que está tendo uma grande repercussão. Mas isso serviu para incentivar que todos eles mostrem o seu talento e possam desenvolver ele aqui nas oficinas”, ressalta Jaqueline.

Outros projetos
Além da música, a Apae tem vários outros projetos ligados à educação e à saúde. Eles envolvem atividades de artes, educação física, língua e literatura, matemática, ciências, entre outras. Já na área de saúde os atendimentos são realizados de forma multiprofissional. A equipe busca a prevenção e orientação familiar por meio das áreas de fonoaudiologia, fisioterapia, medicina, odontologia, psicologia e terapia ocupacional.

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