Indicativos são de bons preços para a próxima safra

Aumento do dólar frente ao real é um dos fatores que tendem a favorecer a lucratividade do produtor

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Preço da saca da soja, em reais, deve continuar favorecendo a lucratividade do produtorPreço da saca da soja, em reais, deve continuar favorecendo a lucratividade do produtor
Preço da saca da soja, em reais, deve continuar favorecendo a lucratividade do produtor
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A desvalorização do real frente ao dólar e a tendência de que a situação se mantenha tem permitido se prospectar um bom preço para a próxima safra de soja. A análise é do sócio-diretor da New agro Commodities João Pedro Corazza.  No momento, os produtores devem aproveitar as oportunidades e estarem atento aos picos de preço para aumentar a lucratividade. Corazza destaca que o cenário indica uma excelente precificação para a soja na nova temporada de 2016. As condições são influenciadas pelo cenário político e econômico em que se encontra o país. “A supervalorização da moeda norte-americana em relação ao real permite a elevada cotação nos principais portos brasileiros. O cenário para os próximos meses continua mostrando nebulosidade quanto a um entendimento entre os principais líderes políticos nacionais que poderia auxiliar numa retomada do crescimento econômico e um maior investimento externo em nosso país favorecendo a valorização do real”, prospecta. Na opinião dele, a tendência é de que, com a consolidação deste cenário, o real continue desvalorizado. Nessa situação, o preço da saca da oleaginosa, em reais, deve continuar favorecendo a lucratividade do produtor.

Lucratividade
O consultor enfatiza que o segredo da manutenção na atividade está ligado a uma busca cada vez maior da lucratividade, o que é resultado da soma do custo de produção com a margem de garantia desejada. “Fazendo a conta necessária, e não é só na agricultura, mas em qualquer atividade, os riscos são diminuídos e a garantia da taxa de crescimento é alta. Sabemos que os custos serão altos, principalmente motivados pela importação de insumos, portanto o risco é evidente”, pondera. Mesmo com os custos elevados, os preços praticados para próxima safra deverão possibilitar uma margem de lucratividade interessante. "Deve-se aproveitar o momento fazendo-se médias de vendas. Os procedimentos adotados para isso são a busca de preços junto à cooperativa ou cerealista, ou vendendo o produto disponível para indústria ou para o mercado exportador”, orienta.

Mercado atraente
A demanda internacional por grãos tem deixado, na opinião de Corazza, o mercado atraente e as exportações têm mantido a rentabilidade nas operações. “O mercado consumidor interno está enfraquecido em virtude das políticas econômicas adotadas para tentar conter essa terrível crise que teima em não passar. Com isso diminui produção e se consome menos. A saída está nas exportações”, complementa. Segundo ele, embora fosse mais vantajoso exportar o produto final, como isso está difícil, a solução é vender o grão in natura.

Culturas de inverno
No caso do trigo, Corazza explica que a formação de preço é mais interna. O grão é praticamente todo processado pelos moinhos do Brasil, mesmo tendo uma qualidade inferior à exigida para panificação. “Com a demanda por farinha enfraquecida em virtude dos altos custos de produção e a inflação, que, diga-se de passagem, não para de crescer, os estoques aumentam diminuindo as vendas e aumentando a oferta. As culturas de inverno só terão uma precificação mais atraente caso haja uma exportação ou não atinjam uma colheita suficiente para suprir a próxima demanda”, analisa. Esses fatores poderiam gerar a competitividade entre os mercados doméstico e o internacional.
 

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