OPINIÃO

Saul Spinelli

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Eu acredito que muitas coisas se encaminham para o bem quando temos fé e trilhamos os caminhos de Deus. Dizer que trilhamos os caminhos de Deus não é o mesmo que afirmar que concordamos com as barbaridades ditas por homens que se dizem de Deus. Muitos utilizam a palavra sagrada para divulgar e defender seus preconceitos e incitar a violência. Cristo tem uma história bonita e defendeu antes de tudo o amor, paciência e tolerância. Cristo mostrou ao defender Maria Madalena que não devemos julgar ou excluir as pessoas. Lamentavelmente ao decorrer da nossa história vimos barbaridades serem praticadas em nome de Deus e mesmo assim a humanidade não aprendeu com a santa inquisição e as mortes bárbaras praticadas para conter a ordem e bons costumes. Galileu seria morto se não voltasse atrás em sua tese de Copérnico de que a terra não ficava no centro do Universo, e sim orbitava o sol. Foram necessários 350 anos depois de sua morte para a Igreja pedir desculpas através do nosso saudoso e sempre Papa João Paulo II.

Fé II
Na escravidão a humanidade mostrou mais uma vez a concordância com as barbaridades e escravizou seres humanos. E até hoje vemos o racismo, que só não é maior em virtude das leis e punições. No Brasil temos a comemoração da libertação dos escravos e a lembrança da Princesa Isabel, que apenas assinou um documento que traria benefícios econômicos ao Brasil e principalmente a corte. Triste, mas real.

Fé III
O holocausto foi mais uma demonstração de barbaridades feitas por aqueles que dizem defender família, raça pura e, fazem isto, excluíndo os serem humanos. Vamos olhar para a história e conferir o quanto Adolf Hitler foi aclamado pelas autoridades do mundo e somente começou a ser questionado por questões econômicas e não genocídio. O filme “O Menino de pijama listrado”, mostra de forma emocionante o que milhões de pessoas passaram pelas mãos de Hitler e a passividade do mundo. Triste, mas real.

Atualidade
Na atualidade vemos, não muito diferente, as pessoas defenderem a palavra de Deus com a exclusão daqueles que pensam e são diferentes. Defendem a palavra de Deus, mas se envolvem em corrupção. Defendem a palavra de Deus e combatem homens e mulheres de bem, apenas por serem diferentes. Deveríamos nos unir em uma só voz contra a fome, violência, corrupção, falta de saúde, falta de educação, espancamentos de crianças, mulheres e idosos. Deveríamos sim ser contra todo o mal que prevalece a milênios no mundo, pois a cor do cidadão e sua opção sexual, não fazem mal ao mundo, mas as pessoas que praticam a exclusão em nome de Deus são perigosas e a história já provou isto. Triste mais, real.

Ditadura
Impressionante os que defendem a democracia e são a favor dos regimes da Venezuela e Cuba. Nenhuma conquista se justifica quando a mesma se sustenta na morte de inocentes. Morte apenas porque não concordavam com o sistema. Olga, livro de Fernando de Moraes mostra o quanto o Brasil permaneceu calado na ditadura Vargas. Palmas para as conquistas, mesmo que alguns tenham que morrer, desde que não sejamos nós ou nossos queridos.

Ditado
Diz o ditado que ficar com a boca fechada não entra mosca ou que não se arrumam problemas. Concordo, mas não sigo o ditado e conseqüentemente arrumo vários problemas. Discordo da venda de bebida alcoólica em estádios, isto evita violência e muitas outras agressões que conhecemos. Sou a favor da proibição do consumo de bebida alcoólica em locais públicos, como praças, ruas e canteiros. Locais públicos são de todos e como são de todos, devem estar disponíveis para todos e não para alguns que se acham no direito de beber, fumar e depois, ao irem embora, deixarem toda a sujeira para a comunidade conviver.

Pergunta
Quem bebe em estádios vai embora de ônibus, táxi ou carona? Quem bebe nas praças vai embora e deixa o carro estacionado, buscando no outro dia? Para defender e viver a palavra de Deus não deveríamos nos desligar de dinheiro, luxo e vaidades?

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