Pelo menos três propostas foram apresentadas na noite de segunda-feira para resolver o problema do esgoto do Presídio Regional de Passo Fundo. O tema foi debatido pela direção da penitenciária, em audiência pública, com a Susepe, Associação dos Moradores do Bairro São Luiz Gonzaga, Corsan, entidades ambientais e vereadores. Entre as propostas estão a manutenção e conservação de uma rede coletora de esgoto, projetos de recuperação da área degradada pelo direcionamento incorreto dos efluentes e, também, para a conscientização da comunidade local.
Diante da necessidade de melhorias casa prisional, Ministério Público e Susepe se reuniram, ainda no mês de março, para avaliar alternativas para a área que, na época, era alvo de reclamações dos moradores das proximidades, já que o esgoto era lançado diretamente na rua. Com a responsabilidade de iniciar as obras, a Susepe contratou uma empresa que, no início de agosto, vai realizar a limpeza e manutenção do local. Presidida pelo vereador Patric Cavalcanti (DEM), a audiência teve, ainda, a presença do vereador Claudio Rufa Soldá (PMDB), Grupo Ecológico Sentinelas dos Pampas, Agenda 21 e Secretaria do Meio Ambiente. Durante a discussão foram abordados os problemas de infraestrutura da rede coletora de esgoto do local e, a partir disso, foi discutida a necessidade de elaboração e execução de um projeto de tratamento e destinação do esgoto oriundo do presídio. Ainda, a pauta contemplou projetos de limpeza, recuperação e conservação da Área de Preservação Permanente – APP -, degradada pela destinação irregular de efluentes.
O presidente da Associação de Moradores, Rodolfo Boita, destacou que o presídio é o principal gerador de esgoto na rede pluvial e a céu aberto, se qualificando, assim, como um problema de saúde pública, tendo em vista que a situação é causadora da proliferação de ratos e insetos, principais reclamações dos moradores do bairro. Segundo o representante da Susepe, Everson Cardoso, medidas paliativas já estão sendo tomadas para resolver o problema do local. “Estivemos recentemente em Porto Alegre no Departamento de Engenharia da Susepe, e a partir de 3 de agosto, uma empresa contratada vai realizar a limpeza da fossa séptica e manutenção do filtro cloacal. Numa segunda etapa será destinado um investimento de 500 mil reais, verba já existente, para substituição de fossa e filtros dos efluentes”, comentou.
Outra sugestão recebida durante a audiência partiu da Corsan: o superintendente regional da Corsan, Aldomir Santi, lembrou a comunidade que a implantação da rede de esgoto no Bairro São Luiz Gonzaga está contemplada somente na última etapa do contrato firmado com o município que aguarda, hoje, o início da segunda etapa. A partir disso, Santi destacou que uma solução paliativa seria a Companhia realizar apenas a coleta do esgoto do presídio a partir de um projeto específico que possibilitaria que os efluentes recolhidos fossem levados até a Rua Princesa Isabel e de lá para a ETE Araucária. Ainda, o secretário municipal de Meio Ambiente, Rubens Astolfi, se comprometeu em, depois de solucionado o problema na área, elaborar um projeto que busque a conscientização dos moradores e, também, ações de recuperação da área de banhado degradada. Para Patric, que convocou a Audiência, o resultado foi positivo. “Nosso desafio agora é fazer os encaminhamentos pertinentes junto aos órgãos competentes, além de buscar viabilizar a proposta da Corsan, a partir da coleta pontual de esgoto da casa prisional o mais breve possível”, concluiu.