Empurrão para a natureza

Entidades ambientais fazem mutirão para ajudar peixes a subir o rio Passo Fundo para reprodução

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Ação de transposição de peixes foi realizada na tarde de sexta-feira por membros de entidades ambientais do municípioAção de transposição de peixes foi realizada na tarde de sexta-feira por membros de entidades ambientais do município
Ação de transposição de peixes foi realizada na tarde de sexta-feira por membros de entidades ambientais do município
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Na sexta-feira (31), entidades ambientais se reuniram para fazer a transposição de peixes do rio Passo Fundo para o outro lado da ponte, localizada na Avenida Brasil. Todo ano ocorre um fenômeno chamado Piracema, quando os peixes sobem o rio em busca de águas melhores para reprodução. Esse ano, porém, para que o fenômeno acontecesse, foi preciso dar um empurrão para a natureza. De acordo com o representante do Grupo Ecológico Sentinela dos Pampas (Gesp), Paulo Fernando Cornélio, em função das mudanças climáticas, a Piracema que, naturalmente, acontece no mês de setembro, foi antecipada, fazendo com que os peixes iniciassem o processo de mudanças comportamentais para subir o rio para a ovulação mais cedo. O problema, segundo ele, é que a área construída embaixo da ponte do rio se torna um impeditivo, dificultando a passagem dos peixes. “Em função das mudanças de temperatura, os peixes já iniciaram o processo de Piracema e, infelizmente, nos últimos dias, nós observamos que algumas espécies não conseguiram transpor aquela área prejudicando a sua ida para as cabeceiras para que eles possam continuar repovoando o rio Passo Fundo”, comenta.

Ainda segundo o representante, alternativas para que os peixes subam com menor sofrimento – com uma escada ou um duto - vêm sendo estudadas há algum tempo e precisam ser colocadas em prática o mais rápido possível para preservar as espécies que ainda habitam o rio. “Nós estivemos ali estudando a situação, fizemos a transposição de alguns animais e estudando mecanismos mais eficientes para que os peixes possam transpor aquele local com maior tranquilidade”, conta. Apesar das dificuldades, Cornélio acredita que esse tipo de ação serve para mostrar a riqueza da fauna que ainda existe no rio, mesmo ele estando bastante comprometido e com graves problemas ambientais, uma nova espécie nativa foi identificada: o biru. Para Cornélio, o momento agora é de estudar medidas que possam ser colocadas em prática imediatamente, para depois buscar alternativas definitivas. “Estamos tentando entrar em contato com a Secretaria do Meio Ambiente para saber que medidas vamos tomar para mudar isso. O que deve ficar claro é que dessa forma não pode continuar. Mesmo tendo uma mudança de clima diferenciada não podemos esquecer que em setembro novamente esse fenômeno pode acontecer”, encerra. Além do Gesp, a ação contou ainda com a ajuda de membros do Compata.

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