Número de focos do mosquito já é superior a 700

Com a falta de frio, que facilitaria a diminuição da população de mosquitos adultos, cuidado deve ser redobrado para não manter água parada

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Acúmulo de lixo é propício para o aparecimento do mosquitoAcúmulo de lixo é propício para o aparecimento do mosquito
Acúmulo de lixo é propício para o aparecimento do mosquito
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Além de uma questão de saúde pública, a proliferação de mosquitos da dengue pode ser considerada um problema ambiental. Isso, porque a ausência de temperaturas negativas durante este inverno está favorecendo que os mosquitos transmissores permaneçam vivos e, consequentemente, se reproduzindo. Com isso, no período que deveriam diminuir, os focos continuam aumentando. Este ano já foram encontrados pelo menos 541 focos do Aedes aegypti e 161 focos do Aedes albopictus.

“Estamos bastante preocupados com a questão climática, porque estamos diante do segundo inverno brando. No ano passado, o inverno já foi de poucos dias de temperaturas baixas. Então a proliferação dos mosquitos tem dos deixado muito preocupados, principalmente na perspectiva do verão. É importantíssimo reforçar a necessidade de que as pessoas cuidem para não deixar água parada nas suas casas. O clima este ano favoreceu bastante para que tivéssemos a proliferação do mosquito Aedes”, salienta o secretário municipal de Saúde, Luiz Artur Rosa Filho.

Para atuar no combate ao mosquito, os novos agentes de endemias contratados pelo município estão passando por capacitação, especialmente na forma de abordagem da população, que muitas vezes impede o acesso ao interior de suas residências e pátios, dificultando o trabalho de controle. “Em breve estes agentes estarão na rua e irão ajudar a população a identificar os locais propícios para a proliferação dos mosquitos, evitando que tenhamos uma epidemia de dengue no próximo verão”, argumenta Luiz Artur.

Na atual situação, com a redução do registro de novos casos, o momento é mais do que indicado para que cada um faça a sua parte e elimine em sua casa todos os locais que podem servir de criadouro. Especialmente porque, além do calor, o clima apresentou diversos dias consecutivos de chuva, que facilitaram o acúmulo de água parada. “Nas últimas semanas o RS não teve mais casos e os municípios que estavam com epidemias já não têm mais. A preocupação é também ecológica, porque há cinco, seis anos, não existia dengue no estado e de 2009, 2010 para cá começaram a aparecer alguns casos na região Noroeste e agora a doença já apareceu em todas as regiões, o que significa que todas as cidades já estão colonizadas pelo mosquito”, alerta.

Casos e focos no RS e no Brasil
O boletim mais recente sobre a dengue no Rio Grande do Sul, datado de 28 de julho, mostra que até agora foram confirmados 1.240 casos da doença nos municípios gaúchos. Desse total, 204 são importados e 1.036 são autóctones. Os municípios que apresentam casos autóctones são: Alvorada, Boa Vista do Sul, Caibaté, Campina das Missões, Carazinho, Cerro Largo, Entre-Ijuís, Erval Seco, Giruá, Guarani das Missões, Horizontina, Ibirubá, Ijuí, Mato Queimado, Novo Tiradentes, Osório, Panambi, Passo Fundo, Porto Alegre, Porto Xavier, Redentora, Rodeio Bonito, Rosário do Sul, Santa Rosa, Santiago, Santo Ângelo, São Luiz Gonzaga, São Miguel das Missões, Sarandi, Torres, Três de Maio e Viamão.

Em relação aos números nacionais, o último boletim é do mês de junho e trata dos casos e focos entre os meses de abril e maio. À época, a transmissão da dengue 68% menor de um mês para o outro. Até o dia 30 de maio, tinham sido registrados 1 milhão de casos prováveis de dengue. A região Centro-Oeste teve a maior incidência de casos, com 787,9/100 mil habitantes (119.912 casos); seguida pelas regiões Sudeste, com 775,3/100 mil habitantes (659.900 casos); Nordeste, com 288,4/100 mil habitantes (162.053 casos); Sul, com 187,7/100 mil habitantes (54.473 casos); e Norte, com 142,9/100 mil habitantes (24.666 casos). O Ministério da Saúde também foi notificado de 378 óbitos e 314 casos graves no mesmo período de 2015.

 

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