E segue o baile...
Entre o pessimismo instaurado por parte de economistas, oposição e uma leva de investidores, e a “luz no fim do túnel”, pregada por showmans com suas teorias sobre criatividade para que a música não pare, ainda perfilam diferentes histórias no salão...
Boletim Focus - O boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, prevê avanço maior, pela 16ª semana seguida da inflação. Neste ano, o índice avançou de 9,23% para 9,25%. A projeção para o PIB em 2015 passou de -1,76% para -1,80%. A estimativa para a taxa Selic no final do ano permaneceu em 14,25%. A projeção para o dólar em 2015 passou de R$ 3,25 para R$ 3,35.
O FIES e a Pátria Educadora
O Governo Federal disponibilizou 61.000 vagas no Programa de Financiamento Estudantil (FIES) para o segundo semestre de 2015. A taxa de juros para os novos contratos saltou de 3,4% para 6,5% ao ano. O limite de renda que estava previsto no modelo anterior era de 20 salários mínimos de renda familiar bruta, este requisito baixou para 2,5 salários mínimos per capita. As áreas de engenharias, saúde e formação de professores (licenciaturas, pedagogia ou normal superior) terão prioridades. As regiões norte, nordeste e centro-oeste (excluindo o Distrito Federal) serão prioritárias.
Para participar do programa nos cursos com notas 5 e 4 no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), os alunos precisam de 450 pontos na média do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) e nota diferente de zero na redação. E o prazo para pagamento também foi alterado e agora será de três vezes a duração do curso. Nos contratos anteriores a 2010, esse prazo era de duas vezes a duração do curso. Enfim, todos os alunos que acreditaram nas promessas da Presidente Dilma de que não faltariam recursos para o Fies caíram no conto de fadas. Dados do MEC indicam que 60% dos contratos do FIES encontram-se na região sul e sudeste. Será mesmo que teremos a pátria educadora de fato?
Intervenção no câmbio
Apesar da forte alta do dólar em julho, o Banco Central decidiu manter no início de agosto a política de redução do estoque de contratos de câmbio que estão nas mãos do mercado. A instituição iniciou nesta segunda-feira (3), as operações de renovação dos contratos de swap cambial que vencem no começo de setembro. A oferta é de US$ 300 milhões (seis mil contratos), mesmo valor que vem sendo oferecido nas últimas semanas. Se mantiver esse mesmo ritmo ao longo de agosto, a instituição vai renovar cerca de 60% do vencimento do mês seguinte, que somam US$ 10,027 bilhões. Cerca de US$ 4 bilhões, portanto, seriam retirados do mercado no começo de setembro.
Notícias positivas
Em ambiente onde as cotações internacionais das commodities derretem em dólar, a desvalorização do real é uma boa noticia para o setor exportador brasileiro. Tal constatação encontra amparo na elevada carga tributária nacional, nos elevados custos da logística, rodovias, portos e aeroportos caros e ainda na baixa eficiência da mão de obra. O ajuste proposto pelo Ministro Levy, parece estar produzindo seu efeito mais contundente no câmbio, que possibilitará a retomada das exportações.
Reflexão
A situação vivida no estado do Rio Grande do Sul, não é culpa desse ou daquele governo. Esse problema escancarado pelo Governador Sartori é a soma de 40 anos de falta de convicção e do voluntarismo do politicamente correto. Sartori foi omisso ao não utilizar a cadeia de rádios e televisão para explicar sua posição. Tarso Genro está sendo oportunista ao acusar o atual governador – o mesmo esquece que foi no seu governo esgotaram-se as possibilidades de financiamento e que o alinhamento das estrelas não funcionou para fazer valer a renegociação da dívida do estado com a união. Ao povo gaúcho cabe um grande pacto para que, ao longo dos próximos anos, as distorções vividas entre receitas e despesas sejam corrigidas. Hoje, o ano fiscal do estado necessitaria ser de, aproximadamente, 415 dias para que se pagassem as despesas dos 365 dias de um ano. Enquanto isso não acontece e a grenalização da política não diminui, nossos jovens talentos buscam novos ares, onde podem empreender e desenvolverem-se: gerar emprego, renda e novos negócios longe desse ambiente corrosivo e saudosista. Mas o baile segue e a vida anda, porque tem que andar, é um processo, não para! E a gente vai observando, aprendendo e dançando os passos que a vida, assim como a política e a economia nos propõem. Resta-nos aprender a dançar para poder propor os próximos passos.
Adriano é Coordenador do Curso de Administração da IMED