O cenário é típico de verão: sol, céu azul, calor, roupas curtas, sorvetes, óculos escuros. Em Passo Fundo, o final de semana chegou com temperaturas entre 25ºC e 27ºC, muito calor e um tempo seco. Sem expectativa de frio intenso, a previsão indica que uma frente fria se aproxima de forma lenta do estado entre a segunda e terça-feira. Há possibilidade de chuvas isoladas e rápidas no leste e no noroeste gaúcho, enquanto nas outras regiões predomina a massa de ar seco que ainda deixa o tempo ensolarado, com temperatura alta para a época do ano e umidade em queda no período da tarde. Em Passo Fundo o tempo permanece estável, as temperaturas variam entre 13ºC e 27ºC, e há possibilidades de chuva apenas no final da semana.
As altas temperaturas na cidade e no Estado se refletem em todo o país: uma grande e forte massa de ar seco ganhou força no Brasil no fim de julho e, desde então, atua em grande parte das regiões, garantindo dias ensolarados e com temperaturas muito acima da média de agosto. Em função da frente fria que se aproxima do Rio Grande do Sul, o cenário começa a mudar: entre a segunda e a terça-feira, nebulosidade e instabilidade chegam ao oeste do estado e pode chover nesta região e, também, no centro-sul. Apesar das temperaturas mais baixas no início da semana, das pancadas de chuva em pontos isolados, o sol e calor predominam na maior parte do tempo e seguem fazendo parte da rotina dos gaúchos.
Florescimento antecipado
A intensidade do calor registrada nos últimos dias, com temperaturas fora do padrão para esta época do ano, tem deixado preocupados os fruticultores gaúchos. Conforme o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar no final da última semana, as atuais condições climáticas estão antecipando o florescimento de variedades precoces de pêssego, mesmo em locais de altitude maior do que a dos vales. “As temperaturas mais elevadas dão início ao ciclo das plantas, que até então estavam no período de dormência”, explica o assistente técnico estadual em Fruticultura da Emater/RS-Ascar, Antonio Conte.
Os dias de sol e a ausência de chuvas possibilitaram o avanço nas práticas culturais do momento, como a poda seca e os tratamentos fitossanitários. Na região Sul, os pomares de pêssego estão em plena floração. As plantas acumularam apenas 180 horas de frio (temperaturas ≤ 7,2ºC), quando a média histórica é de mais de 324 horas para o período considerado. Em razão disso, acontece uma floração desuniforme nos pessegueiros. "Isso não chega a interferir na qualidade dos frutos, e sim na quantidade que será produzida por planta”, afirma Conte.
No momento, os produtores seguem as aplicações de fungicidas, visando à proteção fitossanitária das flores, intensificando as atividades de poda e o tratamento fitossanitário de inverno nos pessegueiros. Estima-se um percentual de 78% dos pomares podados na região, um pequeno atraso em relação ao ano passado, quando a estimativa estava em 86%. O calor e as poucas horas de frio acumuladas pelas plantas também preocupam os produtores de ameixa da Serra gaúcha, que agora realizam os últimos tratamentos fitossanitários de inverno, com a utilização de caldas nos pomares. Alguns produtores irão utilizar produtos sintéticos para quebra de dormência, a fim de buscar uma floração mais uniforme e minimizar os efeitos da falta de frio.