OPINIÃO

Coluna Celestino Meneghini

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· 2 min de leitura
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Oposição de Cunha

São muito graves os interesses que pareciam velados nos primeiros movimentos do presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha, apontado na operação Lava Jato. Ao liderar movimento para conceder benesses ou generosidades populistas ganhou certa simpatia fugaz. Parecia reprisar a façanha lacerdista que desmobilizou e surpreendeu o presidente Vargas, pouco antes de sua morte. Num momento de crise entre aliados governistas, as derrotas impingidas em plenário às contenções projetadas pela presidente Dilma causaram sensação de conforto na oposição. Lépido nas articulações contra o governo causou verdadeiro estrago. Não se pode negar, nem perante a dose de simpatia popular que recebeu Cunha como reforço ao descontentamento da população.

Rumo da CPI
Ainda que observadores e o noticiário oficial tenha minimizado o efeito da denúncia da advogada Beatriz Catta Preta, e a garantia de inviolabilidade das questões restritas à sua função advocatícia, a decisão do ministro Levandowski é um alerta. Previne a utilização dos foros da CPI do Congresso no enfraquecimento do aspecto positivo que causou a delação premiada, na denúncia de propina envolvendo parlamentares.

Pressão contra Janot
Cunha apareceu como novo condutor da frente de oposição ao governo Dilma. Aécio Neves e todo o proscênio tucano sentiram a sensação de esvaziamento com a projeção do peemedebista que preside o Legislativo. E Cunha insiste em drapejar sua bandeira, talvez afoito demais. A incidência de sua pressão e do grupo que lidera mira dois focos: o procurador geral da União, Rodrigo Janot e a advogada Beatriz Catta Preta. Acontece que estes não são alvos da ira popular. Ao contrário! A investida da CPI, insistindo em atingir a delação premiada, que é um mal necessário, inverte perigosamente a missão. De modo mais evidente é a oposição ao nome de Rodrigo Janot, indicado pela presidente Dilma para permanecer no cargo. A operação Lava Jato continua de pé e vem atingindo deputados, que certamente não serão poupados pelo ofício de Janot, mesmo contrariando o próprio presidente do Congresso Eduardo Cunha. E agora, como ficará o ímpeto lacerdista de Cunha perante uma possível denúncia? Isso brevemente virá à tona!

Retoques:
Entre todo o emaranhado de interesses não se pode perder a convicção de que a base de conquistas libertárias está na organização da sociedade civil. Nem podemos perder de vista lutas de transformação como a preservação dos direitos da mulher (contra a violência), banimento do racismo, da homofobia e da defesa da infância.
Ao contrário do Grenal, que agitou o esporte gaúcho, a bandeira vermelha da conta de luz não ficou abalada. A redução com o retorno à produção de energia pelas fontes naturais reduz o endividamento de geração, que não se reflete nas tarifas, além da redução de 1%. Poupar energia e água doce continua meta austera.
Ainda com algum lastro dos bons tempos, temos queda salarial do brasileiro e o perigoso desemprego. A economia doméstica que parecia freneticamente estimulada já dá um recado previsível. Mais de 50 mil brasileiros estão seriamente endividados, em compras e cartões de crédito.
As operações de investigação da Polícia Federal, Ministério Público e órgãos fiscalizadores e a própria imprensa têm missão importante na denúncia de corrupção. Melhor ainda quando são repatriados recursos desviados.
A própria Agência Moody’s, ao apontar a enxurrada da propina, gastos públicos, como causa do rebaixamento na nota de crédito do país, espera o fruto da investigação com repatriamento do dinheiro roubado. Isso pode melhorar o conceito perante investidores.
Temos a convicção pessoal de que a música é fator cultural e capaz de elevar as relações humanas, combatendo ódios e paranóias que rondam nosso cotidiano. Por isso, antecipo homenagem a duas aniversariantes, regentes que ensinam leigos a cantar. As professoras Marisa Eichelberger (14) e Maria Teresinha Fortes Braz (17). Sejam felizes nesta missão!

 

 

 

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