Luís Fernando Veríssimo (LFV), filho de Érico tem minha inteira admiração por ser intelectual, pensador, por ter ao menos um pé em Cruz Alta, por ser recatado, irônico, por ter uma inteligência fina e por ser cidadão do mundo. Discordo em relação ao time do coração e pela paixão pelo que se chama de esquerda na política. LFV é de uma geração anterior a minha e sofreu junto com seu pai as agruras de um período militar de exceção. Quando se suprime a liberdade e se expulsa do país uma leva de intelectuais imagina-se sequelas permanentes naqueles que sofreram ações discricionárias. Érico, assim como Jorge Amado, sofreu na pele por ser partidário de um sistema de governo de oportunidades iguais para todos e distribuição de riquezas. Se a isso suprime-se o mérito de cada um, convenientemente não entra na discussão. Mas, devemos admirar LFV por sua genialidade, assim como devemos endeusar Pelé pelo futebol e Roberto Carlos pela sua música.
Assim, LFV foi brilhante na quinta feira dessa semana em ZH. Escreve que ao levantarmos a possibilidade de demitir Dilma do cargo outorgado de forma legítima (?) através do voto resta questionar qual postulante mais adequado seria conduzido à presidência. Será que aprece ao PMDB assumir o país nessa naba em que se encontra? Será que Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados (casa do povo) e que deveria ser o retrato daquilo que de melhor teríamos em termos de idoneidade representa a todos nós? Seria o explosivo Jair Bolsonaro? Será que os militares desejariam retornar ao poder? Seria Aécio? LFV tem razão em arguir a questão porque independente das cores partidárias as pessoas nos parecem iguais com o agravamento de que os atuais mandatários do executivo são os vendilhões de sonhos, pareciam ser o supra-sumo da hombridade e solertemente deram uma rasteira ou golpe baixo na sociedade de um país que desperta gracejos e comentários jocosos do mundo inteiro. Além do que a cadeia continua sendo lugar para pretos e pobres e, agora, para menores de 18 anos.
Estamos assim: 7x0 para a Alemanha, presidente da CBF sitiado, Eduardo Cunha acusado e sendo investigado por favorecimentos ilegais, Petrobrás e BNDES saqueados e ainda não se chegou ao capo. Lula, que nada sabia, sabe dar palestras motivacionais e sabe como enriquecer seus parentes mais chegados. Dilma que, também nada sabia e rainha do improviso verbal coloca no chinelo a turma do Casseta. A todo dia, notícias ruins. Quem, quem será o nosso Sassá Mutema, o novo salvador da pátria? Quem poderá nos ajudar?
O Brasil está órfão, o povo está descrente, o povo está sofrido e marcado na sua auto-estima. LFV leu em A Revolução dos Bichos (George Orwell, 1945) que todos parecemos iguais ao chegar ao poder e que as tentações são inerentes aos cargos. A sensação de deja vu é impactante, resta admitir.
Diógenes de Sinope (também cidadão do mundo) está vivo, com uma lamparina esgueira-se entre os homens públicos à procura um político idôneo para confiar. Torcemos para teu sucesso nessa empreitada, caro Diógenes.
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