Acontece na próxima quarta-feira (26), das 8h às 17:30, a 2º edição do Congresso dos Professores Municipais de Passo Fundo. Organizado pelo Centro Municipal de Professores o evento traz a temática “Professor/a: profissão de risco!” e busca a reflexão da categoria sobre a profissão docente, sua luta e como ela está constituída no cenário atual. O Congresso deve reunir em torno de 1500 professores da rede municipal de ensino.
A “profissão” docente apresenta sinais evidentes de precarização. Perda de prestígio, de poder aquisitivo, de condições de vida e, sobretudo de respeito e satisfação no exercício do magistério são mais perceptíveis. Junto às condições de trabalho precárias que grande parte dos/as professores/as enfrenta é possível detectar um crescente mal-estar entre os profissionais da educação. Insegurança, stress, angústia parecem cada vez mais acompanhar o dia a dia dos docentes.
No 2º Congresso dos Professores Municipais a pauta será questionadora e propositiva e tem o desafio de apresentar propostas que fundamentarão o processo de formação, organização e mobilização do magistério. O congresso será realizado na Escola Menino Jesus a partir das 8hs e as atividades deve se estender até às 17h30min, quando encerram as atividades. As mesas temáticas acontecerão na Escola Menino Jesus, IFIBE e IMED.
PROGRAMAÇÃO
08:00 - Recepção
08:30 - Abertura: momento cultural
09:00 - Mesa redonda - Professor/a: profissão de risco
10:15 - Mesas temáticas
11:30 - Encerramentos das atividades
13:15 - Recepção
13:30 - Momento cultural
14:00 - Trabalhos mesas temáticas
16:00 - Palestra de encerramento e deliberações
17:30 - Encerramento das atividades
Mesas Temáticas
Mesa I - Mulher professora X Professora mulher
Palestrantes: Dra. Raquel Durte (advogada, Mestra em Direito, militante da Marcha Mundial das Mulheres), e Profª. Vanessa Gil (Mestra em Educação, professora da rede estadual de ensino do RS e militante da Marcha Mundial das Mulheres).
Ementa: o contexto dicotômico entre a mulher professora e a professora mulher, quanto às jornadas de trabalho, suas consequências na vida pessoal e profissional. Ao inserir-se no mercado de trabalho, a mulher cumpre múltiplos papéis, visto que seu papel de esposa, mãe e dona de casa, inerentes à função social antes ocupada, ainda é mantida, mas agora, sua dedicação não é exclusiva ao lar. A mulher contemporânea, ao mesmo tempo em que é dona de casa, é também estudante e profissional realizando ainda, tarefas no meio social. Este contexto gera dificuldade de reconhecimento do ser mulher, muitas vezes perdendo sua identidade feminina, caracterizando sofrimento e opressão social. Sendo o magistério uma profissão que predomina o público feminino, esta precisa ver vista e entendida sob esta ótica, onde possa ser valorizada e promovida de forma integral à saúde, os direitos, às relações de poder e de decisão, enfim na c Abertura do 1° Congresso de Professores Municipais de Passo Fundo ondição feminina de ser.
Mesa II - Onde parou o diálogo? Ética na perspectiva dialógica
Palestrante: Prof. Dr. Paulo César Carbonari (IFIBE, CDHPF)
Ementa: como está a organização sindical dos professores? Há necessidade de redimensioná-la ao que se refere à representatividade, às demandas da atualidade? Como fortalecê-la? Vivemos ainda numa democracia frágil e a ética nos faz pensar numa democracia mais ampla e dinâmica, por isso é necessário estabelecer a democracia dentro da escola, respeitando e valorizando as relações, fortalecendo desta forma, o grupo. A escola é um espaço de conflito, as pessoas são diferentes e pensam diferentes; por isso o respeito e o diálogo são fundamentais dentro desse processo de relação de poder na escola.
Mesa III - Legalidade? Para quem? Garantia de direitos, luta e organização
Palestrantes: Prof. Celso José dos Santos (Secretário de Assuntos Municipais da APP-Sindicato) e Dra. Chiavelli Falavigno (mestre em Ciências Criminais, escritório de advocacia criminal Cazadvogados, em São Paulo)
Ementa: a legislação garante nossos direitos?Por que não é cumprida? No cenário no nacional há avanços na legislação, todavia os governantes atacam os direitos já garantidos pela categoria (piso nacional, hora atividade, fundo previdenciário, data base, entre outros). Existe uma legislação geral que nos ampara, existem outras que contrapõem, mas todas abrem brechas para muitas interpretações, por isso os governos se utilizam constantemente para violar os direitos dos trabalhadores. As leis não garantem por si só nossos direitos, tão pouco os representantes eleitos pelo povo. Só a luta e a organização dos professores tem garantido direitos trabalhistas. Nós, professores temos que estar convictos que precisamos avançar no processo de organização e mobilização do magistério, para que leis não sirvam como pretexto para acomodar os interesses das administrações públicas a exemplo ataques dos governantes frente ao fundo de aposentadoria, ticket alimentação, plano de carreira, plano nacional, estadual e municipal.