OPINIÃO

Coluna Adriano

Por
· 3 min de leitura
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Alento
O Boletim Focus divulgado no dia 24 de agosto de 2015, apontou pequena queda da inflação para 2015. A expectativa geral para o ano de 2016, contudo voltou a piorar. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) migrou de 9,32% para 9,29%. No Focus, a mediana para a inflação em 12 meses passou de 5,65% para 5,63%, mas para o ano de 2016, subiu de 5,44% para 5,50%. A explicação para a inflação desacelerar nos próximos meses, de acordo com os economistas, se dá em razão do desligamento das usinas termelétricas e um certo “alívio” nos preços dos alimentos. Parece que o mercado está apagando o ano de 2015 da sua agenda e considerando 2016 como o ano da retomada do crescimento e da retenção da inflação que ficará mais próxima da meta.

Ameaça e oportunidade
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desemprego subiu no segundo trimestre de 2015 para 8,3%, segundo dados divulgados no dia 25 de agosto. Para o IBGE, esta é a maior taxa da série histórica, que teve inicio em 2012. No primeiro trimestre deste ano, o índice foi de 7,9%. Já no segundo trimestre de 2014, a taxa foi de 6,8%. De acordo com o IBGE, a população desocupada, de 8,4 milhões de pessoas, subiu 5,3% frente ao primeiro trimestre e, ante o 2º trimestre de 2014, o avanço foi de 23,5% – “Você tem aumento da taxa de desocupação, que vem em função de uma maior procura e uma geração de trabalho que não alcança isso. Ou seja, houve geração de posto de trabalho, mas é em inferior ao que seria necessário para manter a taxa estável ou haver redução”, é o que analisou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.  Já o nível da ocupação (que mede a parcela da população ocupada em relação à população em idade de trabalhar) foi estimado em 56,2% no 2º trimestre, o mais baixo da série histórica da Pnad Contínua. Segundo o coordenador do IBGE, esta faixa de desocupação permaneceu estável frente ao trimestre anterior e, ao mesmo tempo, evidenciou queda em relação ao 2º trimestre de 2014, quando foi de 56,9%, frisou o Coordenador do IBGE.

Dilma arrependida
Em entrevista ao Globo e aos jornais Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo, a presidente Dilma defendeu as políticas adotadas durante o ano passado, no período eleitoral. Lembrou que o governo sustentou os investimentos e a taxa de juros de 2,5% ao ano; manteve a desoneração da folha de pagamento no valor de R$ 25 bilhões e; concedeu subsídios para todos os empréstimos de longo prazo realizados no Brasil (a juros mais baixos). Na entrevista, a Dilma pareceu sinalizar com humildade que tenha errado, “errei em ter demorado tanto para perceber que a situação era mais grave do que imaginávamos. Talvez, tivéssemos que ter começado a fazer uma inflexão antes. Não dava para saber ainda em agosto. Não tinha indício de uma coisa dessa envergadura. Talvez setembro, outubro, novembro”. A dúvida que mantenho com relação a tal declaração: Ela estava lendo somente revistas e blogs pagos com recursos do governo? Será que Dilma, como grande gerente, administra suas finanças como conduziu o Brasil em seus primeiros quatro anos? Uma única pessoa errou e 200 milhões de brasileiros pagam a conta?

Falta projeto
Não existe, na Constituição Federal, dispositivo que pode ser utilizado para o impedimento de um Presidente pelo motivo de “incompetência”. Até o momento não foi encontrado o “Fiat Elba” da presidente que justificasse o seu impedimento. O projeto do atual governo parece ter se esgotado, mas, está no poder, onde deverá ficar até 2018. Também falta projeto para a oposição, lideradas pelo PSDB, que não foi capaz de criar algo que aglutine a sociedade brasileira e conduza a um novo ciclo. Dilma foi incompetente na condução da economia, mas a oposição é acéfala por depender de Eduardo Cunha e de Renan Calheiros, ambos do PMDB. Qual é o projeto de quem está no Governo e de quem está na Oposição?

Quebraram o Estado
Em entrevista ao Jornal Valor, Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central do Brasil e sócio da Gávea Investimento declarou, “quebraram o estado, estragaram a macroeconomia e deterioraram a microeconomia”. A declaração referia-se à perda da capacidade do país de crescer e também à situação dramática de setores como os de energia elétrica, petróleo e gás. Não teremos um apagão em função da recessão brasileira. As quedas frequentes nas cotações do petróleo no mercado internacional, somadas as investigações na operação lava-jato pelas revelações do esquema de corrupção na Petrobras formam um cenário de incertezas quanto ao futuro. Resta saber como o Governo irá contribuir para a redução das despesas, pois existe um desequilíbrio estrutural das contas da União: as despesas obrigatórias crescem em um ritmo maior do que o crescimento do PIB. Estamos num momento em que o governo federal não possui recursos para pagar a primeira parcela dos 13º salários dos aposentados do INSS. O Governo Dilma, que gosta de gabar-se das conquistas do Presidente Lula, descumpre um Decreto Presidencial publicado pelo seu antecessor para que o governo antecipasse o pagamento do 13º salários dos aposentados.

 Adriano é Coordenador do Curso de Administração da IMED

Gostou? Compartilhe