Passo Fundo melhorou nos três itens analisados no Atlas da vulnerabilidade social dos municípios brasileiros, divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A pesquisa analisa infraestrutura urbana, capital humano e renda e trabalho. Os itens, juntos, compõem o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) que serve como suporte para identificar e entender as situações sociais, além de orientar gestores públicos para a criação de ações mais sintonizadas com as carências e necessidades presentes nos municípios. O índice varia de 0 a 1, quanto menor, melhor é a situação social. Passo Fundo passou de 0,302 (média vulnerabilidade) em 2000 para 0,210 (baixa vulnerabilidade) em 2010, uma redução de 30%. Contudo, no ranking geral do Estado com os melhores resultados, caiu dez posições, passando do 170º lugar para o 180º. Entre os municípios do Rio Grande do Sul com mais de 100 mil habitantes, permaneceu na 6ª posição. Para o presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, Luiz Costela, os resultados se devem tanto aos investimentos dentro de Passo Fundo, como aos investimentos externos. “Houve uma melhoria econômica e social da população, é possível perceber isso nos últimos anos. As instituições sociais, como também o poder público municipal, tanto na área da assistência, da educação e da infraestrutura urbana, têm investido bastante em melhorias e isso acaba refletindo nas famílias”. Segundo ele, os resultados não se devem a um fator isolado, mas a um conjunto do trabalho do poder público, de entidades sociais e também de empresas que acreditaram na cidade. “Contudo, a gente percebe que ainda há muito para melhorar. É preciso se alegrar com aquilo que o município conseguiu avançar e continuar correndo em busca de resolver as outras situações que ainda existem. Ainda tem muitos problemas para resolver. É preciso ir atrás do sonho, atrás da construção de projetos, de alternativas para aquelas pessoas que ainda precisam”, explica Costela.
Infraestrutura urbana
O subíndice que contempla a vulnerabilidade de infraestrutura urbana analisa as condições de acesso aos serviços de saneamento básico e de mobilidade urbana, dois aspectos relacionados ao lugar de domicílio das pessoas e que impactam significativamente seu bem-estar. Este item foi o que menos apresentou melhoras nesses dez anos. Passou de 0,186 para 0,177, uma redução de apenas 4,8%. Compõem este subíndice indicadores sobre a presença de redes de abastecimento de água, de serviços de esgotamento sanitário e coleta de lixo no território, bem como o indicador do tempo gasto no deslocamento entre a moradia e o local de trabalho pela população ocupada de baixa renda.
Capital Humano
Este subíndice envolve dois aspectos que determinam as perspectivas de inclusão social dos indivíduos: saúde e educação. Adotou-se indicadores de mortalidade infantil; da presença, nos domicílios, de crianças e jovens que não frequentam a escola; da presença de mães precoces, e de mães chefes de família, com baixa escolaridade e filhos menores; da ocorrência de baixa escolaridade entre os adultos do domicílio; e da presença de jovens que não trabalham e não estudam. Neste indicador Passo Fundo teve uma redução de 18,8%, passando de 0,351 em 2000 para 0,285 em 2010.