OPINIÃO

A hora é de participação

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Nesta hora de angústia em relação aos destinos financeiros do país, do estado, do próprio município, e a repercussão grave na economia doméstica, o pânico é inimigo das soluções. Sem pessimismo, imaginamos que não estamos antevendo idéia clara de solução, a busca é por uma equação! Por outro lado a justa inconformidade desafia nossa índole criadora.  A respeito da situação, o filósofo Jean Paul Sartre já advertia: “O pior mal é aquele ao qual nos acostumamos”. Está comprovado no mundo inteiro que as decisões isoladas de elites governantes não são solução. Resta a sempre necessária participação popular para ativar atitudes desassombradas. Este é o cerne da democracia, no caso do Brasil, a democracia republicana.

Apetites e paixões

Em meio a tantas urgências de comando governamental, temos a ação policial, reforçado por instituições cívicas vivas. Tudo o que acontece é repercussão de denúncias e investigação para socorrer o intolerável descalabro histórico dos ciclos de corrupção. O cuidado na interpretação dos fatos trazidos a público é evitar que apetites pelo poder e paixões partidárias encubram o nó górdio dos problemas que ferem o desenvolvimento social e econômico do Brasil.

O nu do Rio Grande

O governador Sartori fez a leitura obrigatória sobre a situação do estado gaúcho e não titubeou em revelar o nu sobre as finanças públicas. E sem carta na manga! As soluções passam distantes de milagre ou liderança messiânica, mas exigem persistência e a consciência de que tudo é e será mais difícil do que a maioria imagina. Há muito tempo o orçamento é insuficiente para pagar a folha dos funcionários ativos e inativos. Essa realidade nunca mereceu a recomendada reflexão de mídia ou das lideranças políticas. Agora nos surpreende como uma explosão que estremece a sala do palácio e a cozinha de nossas casas. E não vale desanimar. É como olhar a fogueira que se apaga e soprar o tição, para reacendê-la. Nada de desespero, mas nada de conformismo!

Drogas

A discussão sobre descriminalização pelo uso de drogas nem merece tanta importância. Botar na cadeia os dependentes, não muda. Simplesmente descriminalizar o hábito pode esbarrar em permissividade e facilitar a pedagogia do perigo. Por este prisma não há perspectiva de solução. Se a família e a convivência de crianças e adolescentes não sofrer radical retomada, veremos prosseguir esta escalada fúnebre do vício do tóxico.

Luciano no PSB

A forma de encaminhamento escolhida pelo prefeito Luciano Azevedo para deixar o PPS e ingressar no PSB vem preconizada por um respeitável período de diálogo. A opção dá caráter inédito à transformação dos rumos partidários da cidade. Ganha proporções de construção, considerando a persistência dos encontros e debates a que se propôs Luciano, com Beto Albuquerque, juntando aspirações ajustadas na vida pública e partidária. A boa avaliação do governo que preside o novo socialista incorpora-se a um momento de ousadia e renovação na política passo-fundense.

Retoques:

  •   Se dependesse das complicações causadas pelo núcleo governista e pela avaliação popular a presidente Dilma estaria no mato sem cachorro. O problema é tão complexo que a falta de outra opção democrática inibe golpe ou renúncia. A democracia tem o condão de aura.
  • O momento nacional parece dar oportunidade de recomeço, quem sabe, acendendo chamas do bem, possamos ouvir a crepitação inquieta das achas!
  • Ouvi o programa político do PSol, na terça-feira e percebi idéias que merecem ser apreciadas. Saber ouvir é permanente aprendizado, e não é fácil.
  • É melhor rir que chorar diante de algumas mensagens que circularam no “face”, sobre a política. Uma senhora de elite e raivosa contra a presidente Dilma veiculou uma montagem comparando a histriônica que era prefeita de Bom Jardim,  Ligiane Leite, confrontando com foto improvisada da presidente eleita. O texto reflete a versão de um único neurônio, argüindo que a mandatária linda e hoje foragida da justiça era incomparavelmente melhor que Dilma. Que argumento!
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