O Conselho Geral do Cpers, em reunião realizada na quarta-feira à noite, em Porto Alegre, com a presença de aproximadamente 400 educadores, decidiu pela continuidade da greve do magistério no estado até o dia 11 de setembro, quando acontece uma nova Assembleia Geral. Na abertura da reunião, a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, destacou que em 32 anos de magistério nunca vivenciou tamanho desrespeito com os educadores. “Nunca fomos tratados com tamanho deboche. Desde abril, Sartori e sua cúpula nos ameaça e tenta jogar a sociedade contra nós. Conforme decidido em nossa última Assembleia, construímos uma unidade histórica com 44 entidades de servidores públicos para enfrentar os ataques do governo. Agora, vamos definir os novos rumos da nossa categoria que deve manter-se, cada vez mais, unida e mobilizada”, ressaltou.
Logo após, os diretores dos 42 Núcleos do Cpers relataram como está sendo a adesão da greve em suas regiões. A grande maioria mobilizou mais de 90% das escolas.
Passo Fundo
Conselheiro-geral do Cpers de Passo Fundo, Antônio Rodrigues disse que a categoria realiza na manhã desta sexta-feira, uma reunião no Sindicato dos Bancários para definir alguns encaminhamentos. A grande mobilização, segundo ele, está prevista para a próxima terça e quarta-feira, em Porto Alegre, quando devem entrar em votação projetos importantes, como o fim da licencia prêmio dos servidores, a lei de responsabilidade estadual, a qual prevê congelamento dos salários até 2019, e também alterações nos planos de previdência do IPE. “Vamos permanecer dois dias acampados em frente à Assembleia Legislativa para evitar a aprovação destes projetos” observa Rodrigues, dizendo que o ato deve reunir representantes de pelo menos 43 entidades de servidores públicos estaduais.
Ato da saúde teve abraço simbólico
Os cerca de 90 funcionários da 6ª Coordenadoria Regional de Saúde (6ª CRS) realizaram ontem à tarde, um abraço simbólico ao redor do prédio da instituição, nos cruzamentos das ruas Fagundes dos Reis com Paissandu, centro da cidade, em protesto pelo parcelamento dos salários. Integrante do Sindicato dos Técnicos Científicos do RS (Sintergs), Dorvana Ianzer, disse que os servidores estão mobilizados desde o início da greve. “Este ato serve para chamar a atenção da sociedade para a importância e qualidade do serviço prestado pela Coordenadoria, nos 62 municípios de abrangência” afirma. Mesmo com a greve, a 6ª CRS mantém serviços essenciais, como repasse para os municípios de medicamentos e vacinas.
O que te levas a rir e dar gargalhadas?
A pergunta em um dos cartazes fixados na escadaria do prédio da 6ª CRS, foi feito pela enfermeira e fiscal Sanitário, Sersi Lagni, 52 anos, 15 deles dedicados ao serviço público. Ela afirma nunca ter passado por situação semelhante. “Humilhação acho que é a palavra que melhor define nosso momento atual. Esta é a sensação de quem trabalha e batalha em prol da sociedade” disse emocionada.