Um dos principais espaços para a prática de esporte e lazer dos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Eloy Pinheiro Machado e da comunidade do bairro Leonardo Ilha está interditada há quatro meses. A interdição da quadra poliesportiva da escola foi determinada pela Prefeitura de Passo Fundo, através da Secretaria Municipal de Obras, após a queda de uma viga. A empresa responsável pela obra foi acionada e teria feito adequações no local, mas nenhuma posição oficial foi repassada para a escola. Por medida de segurança, a quadra continua inutilizada, já que, o espaço oferecia iminente perigo público.
A viga desabou no dia 02 de maio e, logo em seguida, aconteceu a interdição. “Após a Prefeitura fazer uma vistoria, a quadra foi interditada, porque foi constatado que várias vigas estavam sem os pinos e sem a massa que ajuda na fixação e, por isso, uma delas acabou se deslocando. Não machucou ninguém, mas poderia ter sido uma tragédia, porque cerca de quinze crianças brincavam na quadra naquele dia”, revelou a diretora da escola, Marinilza de Farias Santos.
A empresa foi notificada e esteve na escola. A direção já procurou a Prefeitura de Passo Fundo para solicitar a liberação do espaço, mas até agora não obteve resposta. “A empresa veio fazer as adequações em junho. Depois do recesso escolar, entrei em contato com a Prefeitura novamente. Enviei ofício, mas ninguém respondeu. Fui nas secretarias de Obras e de Educação pessoalmente e, até agora, nada. O que me disseram informalmente é que a Secretaria de Obras não pode autorizar sem ter a liberação da empresa. Então é um impasse burocrático”, explicou Marinilza de Farias Santos.
A escola possui cerca de 350 alunos. As atividades de esporte e recreação estão sendo prejudicadas. “Tivemos campeonato esportivo e as professoras não tinham onde treinar as crianças. Todas as atividades estão sendo feitas em outros espaços que não são adequados. Além disso, os pais, as professoras e a comunidade estão cobrando. A quadra é um referencial no bairro. Quando ela foi entregue pelo Poder Público, fizemos um acordo com a comunidade para que durante os finais de semana, o local também pudesse ser utilizado pelos moradores”, ressaltou Marinilza.
Mesmo interditada, muitos insistem em utilizar o local. “Colocamos cadeados nos portões da escola, mas a cerca foi danificada e as crianças estão vindo fora do horário de funcionamento da escola brincar. Muitos pais relatam que a quadra fica cheia durante os finais de semana. Não temos como controlar. Estamos preocupados”, salientou a diretora.
Os pais dos alunos também estão preocupados. “As crianças não tem onde fazer as atividades. Além disso, é uma preocupação constante, porque muitas crianças continuam brincando na quadra, mesmo sabendo que não podem”, relatou o pai de uma aluna da escola.
Posição das secretarias de Educação e de Obras
De acordo com o secretário adjunto de Educação, Róger Teixeira Borges, os reparos necessários já foram feitos, mas a Secretaria de Obras somente pode liberar da interdição quando a empresa responsável pela recolocação da rede enviar o laudo autorizando o uso do local. “O que aconteceu na quadra da escola foi um problema eventual. A viga cedeu e a rede de proteção foi danificada. Cerca de 30 dias após o episódio já havia sido feito o reparo. Fizemos contato com a empresa que executou a obra que fez nova viga e outros ajustes necessários na estrutura. Depois foi chamada a empresa que fez a colocação da rede de proteção para que fizesse a recolocação. Agora estamos aguardando que esta empresa encaminhe para a secretaria o laudo onde informa que está tudo certo com local para que a Secretaria de Obras possa levantar a interdição. Acreditamos que isso aconteça nos próximos dias”, esclarece Borges.