Vai de Bici UPF: estudantes propõem alternativa de locomoção limpa e sustentável

Desafio proposto pelo curso de Arquitetura e Urbanismo convidou os estudantes a elaborarem projetos de ciclovias para o Campus I

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Grupo Arca + Z elaborou o projeto eleito pela comissão avaliadora, que será aprimorado e apresentado à ReitoriaGrupo Arca + Z elaborou o projeto eleito pela comissão avaliadora, que será aprimorado e apresentado à Reitoria
Grupo Arca + Z elaborou o projeto eleito pela comissão avaliadora, que será aprimorado e apresentado à Reitoria
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É unânime que o uso de meios de transporte limpos, baratos e eficientes precisa ser estimulado. Mas como adequar os espaços atuais para essa prática, de forma a contemplar os diferentes usuários do trânsito? Esse desafio foi proposto aos estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Passo Fundo (UPF) que participaram do Desafio de Arquitetura dos 8 dias (DA8), uma competição aberta a todos os alunos do curso. Neste ano, o desafio foi desenvolver projetos de ciclovias, com sistema de empréstimo de bicicletas, que ligassem os prédios G1 e V2, da Faculdade de Engenharia e Arquitetura (Fear) da UPF, localizados no Campus I. Os grupos apresentaram projetos inovadores, em sintonia com conceitos e tendências internacionais.

O grupo Arca + Z, formado por seis acadêmicos do 6º e 7º níveis, venceu a competição com o projeto Vai de Bici UPF. De acordo com os estudantes, todos os detalhes da proposta foram sugeridos com base na realidade do Campus, o que deu a cara da UPF à iniciativa. “Lutamos por um trânsito justo, inclusivo e democrático, no qual não apenas o carro tenha privilégios, mas que o foco seja dado às diferentes modalidades de locomoção, priorizando sempre aquela que despende menores custos ou que lance menor quantidade de poluentes na atmosfera”, disseram os estudantes em sua apresentação.

Melina Sincas Kressin, uma das componentes do Arca + Z, acredita que a viabilidade foi o diferencial que fez do Vai de Bici UPF o vencedor. “Nosso projeto foi todo pensado a partir do princípio da viabilidade de implantação”, afirma. Lucas Destri, também integrante do grupo, explica que a ciclovia foi planejada em um dos lados de vias já pavimentadas e iluminadas, adotando técnicas construtivas e materiais utilizados no Campus I. Por sua vez, o empréstimo de bicicletas foi inspirado em um sistema instalado em grandes cidades brasileiras, com adaptações para facilitar o dia a dia dos estudantes. “Pensamos em liberar o uso das bicicletas por meio de um chip implantado nas carteirinhas de estudante, e de um painel eletrônico”, relata.

Qualidade e viabilidade
A comissão avaliadora do DA8, composta pela vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários Dra. Bernadete Dalmolin, pelo diretor da Fear Dr. Vagner Alves Guimarães e pela professora da Fear Dra. Rosa Maria Locatelli Kalil, utilizou como critérios a viabilidade econômica, a eficácia compositiva, inovação e a qualidade da representação e apresentação. Seis grupos participaram da disputa, que envolveu mais de 40 alunos.

Expansão do projeto
Assim como outras propostas, o projeto do grupo Arca + Z prevê a expansão da ciclovia para todo o Campus I. “Inicialmente propomos um plano piloto, que une todos os prédios da Fear. A ideia é expandir a ciclovia para todo o Campus e, possivelmente, fazer uma conexão com a cidade, para dar proteção ao ciclista que vem da área central”, comenta Melina.

Incentivo para usar a bicicleta
Apesar de ser um meio de transporte limpo, ágil e democrático, a bicicleta ainda é pouco utilizada para se locomover no Campus I. Para o grupo, além da inexistência de um espaço adequado, falta ver a bicicleta como meio de transporte, e não apenas como uma atividade esportiva ou de lazer. 

Para estimular o hábito, os alunos pensaram em incorporar a categoria sustentabilidade às atividades complementares, que os estudantes precisam desenvolver ao longo da graduação como complemento à formação. “Quanto mais o aluno utilizar a bicicleta, mais horas irá somar, respeitando a pontuação máxima de cada categoria”, propôs o grupo.

Valorização dos estudantes
O projeto vencedor está sendo aprimorado pelo Núcleo de Desenvolvimento Urbano e Comunitário (Naduc), juntamente com o grupo e, posteriormente, será apresentado à Reitoria da Universidade. A possibilidade de implantação faz os estudantes se sentirem valorizados. “Desenvolvemos trabalhos ótimos durante o curso, então porque não aproveitá-los em benefício da própria Universidade?”, refletem os estudantes. Acadêmicos de outras áreas poderão se integrar ao projeto futuramente.

O grupo Arca + Z é composto por Lucas Destri, Dionatan Grando e Melina Sincas Kressin, do 7º nível, e Felipe Dutra, Leonardo Zanatta e Roger Trevizan, do 6º nível.

Preparação para o mercado
O coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo, professor Me. Carlos Leonardo Sgari Szilagyi, é um dos idealizadores do desafio e destaca que a competição procura enfocar um tema de vanguarda e contextualizá-lo à realidade local. O compromisso social do Arquiteto e Urbanista também é considerado nesse desafio. “É uma forma de trabalhar a ideia de responsabilidade para com o ambiente construído, que deve resultar no bem comum”, explica o professor. Além disso, a atividade serve como exercício da vivência profissional, pois é necessário gerir, de forma autônoma e, ao mesmo tempo, trabalhando em grupo, a grande responsabilidade que é a elaboração de um projeto arquitetônico, urbano ou paisagístico.

O DA8 também se diferencia por ser um exercício prático, e não apenas acadêmico, pois sua implantação é, de fato, uma possibilidade. De acordo com o professor, isso é um grande estímulo, pois sinaliza reconhecimento ao empenho dos alunos.

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