OPINIÃO

O irreverente Ignácio de Loyola Brandão

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O adulto de hoje, chegado aos 56 anos de vida, ora ocupando o honorável cargo de presidente da Academia Passo-Fundense de Letras, ao se deparar com a tarefa de escrever essas breves palavras sobre o “Concurso Literário O Irreverente Ignácio de Loyola Brandão” e as circunstâncias que o envolvem, não pode deixar de rememorar o então jovem de 17 anos que era, em meados dos anos 1970, quando teve a oportunidade de participar de um certame similar. Na ocasião, a organização que congregava as Entidades Assistenciais de Porto Alegre, promoveu um concurso de redação dirigido aos estudantes do 2º Grau (atual Ensino Médio), sobre o tema “Faça do seu Natal um Momento de Amor”. Eu, assim como os estudantes que assinam os textos que integram o conteúdo desse livro, despretensiosamente, participei do concurso. E, pra minha felicidade (e surpresa), obtive a primeira colocação.

Sem muitas referências literárias, usei, para compor o meu trabalho, os comerciais natalinos veiculados na época, com destaque para o de uma rede de lojas de vestuário que tinha como mote “O Papai Noel mais amigável da cidade”, e sob a inspiração do livro “Terra dos homens”, de Antoine de Saint-Exupéry, que havia recém lido, dando o cunho sociológico ao trabalho, em estilo colagem usado na música “Alegria, Alegria”, do Caetano Velos, sucesso no momento (por ser trilha de abertura da novela “Sem lenço, Sem Documento”), consegui produzir a peça vencedora.

Não houve troféus e nem certificados para quem participou do concurso que mencionei. Tampouco as redações foram reunidas em uma publicação qualquer. Não obstante, passados quase 40 anos, ainda guardo com carinho especial a premiação (simbólica) que recebi: dois livros do Jorge Amado (Cacau e Os Pastores da Noite). Eles são caros pra mim e as únicas provas que tenho do que acabei de relatar, pois nas dedicatórias consta o feito. Mas, da minha redação propriamente dita, não há um vestígio sequer. Eu tenho apenas uma vaga lembrança dela e nem sequer seria capaz de reescrevê-la hoje. Até porque eu mudei. Mas, por que estou fazendo tanta questão de frisar esse fato? Elementar, meu caro leitor, para realçar a importância do livro que a Academia Passo-Fundense de Letras vai lançar no dia 1º de outubro próximo, que reúne todas as contribuições dos participantes do “Concurso Literário O Irreverente Ignácio de Loyola Brandão”, como um registro histórico de relevância. Os trabalhos que foram produzidos, graças a esse livro, jamais cairão na categoria dos chamados textos perdidos para sempre. E esse é um privilégio ninguém pode tirar dos autores dessa obra.

Em especial, faço questão de dirigir o meu muito obrigado a você professor que estimulou o seu aluno a participar do concurso. Imagino a satisfação que o verdadeiro mestre sente nessa hora, ao ver a concretização de um trabalho materializada em livro. E mais ainda em se tratando de um livro que foi editorado com esmero e que será lançado em um evento do quilate do 13º Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura e Patrimônio Cultural, com a presença do escritor homenageado, Ignácio de Loyola Brandão. Eu não tenho qualquer dúvida que, para os participantes, valeu a pena o esforço despendido. O tempo vai se encarregar de provar isso.

Não posso deixar de agradecer e cumprimentar aos organizadores do “Concurso Literário O Irreverente Ignácio de Loyola Brandão”, acadêmicos Pia Elena Zancanaro Borowski, Marisa Potiens Zilio e Agostinho Both, pelo trabalho realizado. Também merece o nosso reconhecimento a comissão julgadora dos trabalhos, que além de acadêmicos, incluiu as doutorandas do Programa de Pós-Graduação em Letras da UPF, Raquel Aparecida Cesar da Silva e Deisi Luzia Zanatta.

Ainda, são dignos de menção e agradecimento, o apoio que recebemos da Prefeitura de Passo Fundo, da 7ª CRE, do PPGLetras da UPF e da coordenação do 13º Seminário Internacional de Pesquisa em Leitura e Patrimônio Cultural.

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