Dar preferência aos pedestres, respeitar a faixa de segurança, não trancar cruzamentos, usar o pisca-alerta. Essas são algumas das pequenas ações que, além de previstas no Código de Trânsito Brasileiro, podem fazer a diferença no trânsito e no dia a dia das pessoas. Na última sexta-feira (18), iniciou a programação da Semana Nacional de Trânsito e, em Passo Fundo, as atividades refletem o tema: “Seja você a mudança no Trânsito”. O objetivo da programação, que também faz parte das ações desenvolvidas pela “Década Mundial de Ações Para a Segurança no Trânsito – 2011/2020”, é estimular esforços para conter e reverter a tendência crescente de fatalidades e ferimentos graves em acidentes.
A Organização Mundial de Saúde aponta as perdas provocadas pela violência do trânsito como uma das maiores preocupações atuais, caracterizando-se como um problema de saúde pública com proporções epidêmicas. Em 2014, a Polícia Rodoviária Federal notificou, no país, mais de 1,2 milhão infrações por velocidade acima do limite máximo permitido nas estradas federais. Os números também são expressivos de infrações pelo não uso do cinto de segurança (174 mil), trânsito pelo acostamento (118 mil) e condução de veículo em mau estado de conservação (46 mil). Além disso, o trânsito foi a principal causa de mortes em Passo Fundo no ano passado. Até o dia 30 de dezembro foram 46 mortes entre colisões e atropelamentos que ocorreram na área central e rodovias estaduais e federais, dentro da área limite do município. Os acidentes fatais superaram, inclusive, as mortes violentas (homicídios e latrocínios), que foram 39 no ano todo.
Entre os acidentes, uma das maiores causas apontadas pelas organizações, órgãos públicos e entidades, é a imprudência. Para o médico psiquiatra Claudio Wagner, atitudes inconsequentes podem ser explicadas por vários motivos, mas a imprudência ainda é uma questão de conscientização e educação. “Muitos condutores foram mal orientados sobre educação e isso contribui significativamente para a tomada de atitudes. O ser humano também aprende quando passa por situações de risco”, comenta o médico. Ele também pontua que ficar impune ao cometer erros, induz a pessoa a não respeitar as leis. “As pessoas estão acostumadas a não respeitar as regras, por exemplo: se a sinaleira não multa, as pessoas acham que não tem problema passar no sinal vermelho”, explica Wagner.
Programação
Entre a programação da Semana Nacional de Trânsito, nesta terça-feira (22) a Secretaria de Segurança Pública receberá a visita de alunos do bairro Zachia, que irão conhecer mais sobre a profissão dos Agentes Fiscais de Trânsito. Já na quarta-feira (24), será o Dia da Mobilização pelo Trânsito Seguro - Passo Fundo em Defesa da Vida. Durante o dia serão realizadas ações de sensibilização em favor da vida no trânsito, quando acontecerão atividades simultâneas em toda cidade. Na quinta-feira (24), o encerramento da Semana contará com uma palestra sobre Avaliação toxicológica, que acontece no Plenarinho da Câmara de Vereadores e uma simulação e demonstração de atendimento a incidentes de trânsito com múltiplas vítimas, com a participação de entidades, entre elas, o Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Estadual, Polícia Rodoviária Federal e Samu. A simulação acontece no estacionamento junto ao Paço Municipal. Várias atividades ocorrerão no espaço, a partir das 14h.
Dia Mundial Sem Carro
Nesta terça-feira também é o Dia Mundial Sem Carro. Em Passo Fundo, a Câmara de Vereadores apoia a iniciativa e, por isso, os vereadores utilizarão meios alternativos de transporte, incentivando os cidadãos a também não usarem seus veículos. Segundo a coordenadora do Núcleo de Educação para o Trânsito, da Secretaria de Segurança Pública, Raquel Rúbio, a ideia é reduzir o número de veículos nas ruas e utilizar meios de locomoção que priorizam o coletivo ou que não sejam poluidores. “Este incentivo acontece há muitos anos e é uma forma de trazer para o dia a dia o uso de transportes públicos, da bicicleta, da caminhada, até mesmo da carona solidária, desde que tenhamos a redução de veículos e, se possível, a adesão aos meios alternativos”, explicou.